Encontro de Secretárias Estaduais do M23 aprova resolução que cria procuradorias especiais para prevenir crime contra mulher

O I Encontro de Secretárias Estaduais do M23 aprovou neste sábado (21) no encerramento do evento, realizado em Brasília pela Secretaria Nacional de Mulheres – núcleo feminino do Cidadania -, resolução (veja aqui) que em linhas gerais destaca as dificuldades das mulheres na sociedade e na política, e alerta para a violência contra a população feminina no País. O documento propõe, dentre outros pontos, a criação de Procuradorias Especiais de Mulheres nos municípios e estados com o papel de prevenir a prática de crimes contra a mulher.

No último dia do encontro (veja aqui mais informações), as Secretarias Estaduais participaram de palestras e debates sobre formação política pré-eleitoral e experiências em disputas eleitorais, com depoimentos das vereadoras Soninha Francine, de São Paulo, e  Loreny Roberto, de Taubaté (SP).

Loreny falou sobre as dificuldades enfrentadas na eleição de 2016 e que lhe garantiu o primeiro mandato. Além disso, destacou a importância da organização e planejamento para uma disputa eleitoral.

Loreny é vereadora de Taubaté (SP)

“Quando fui fazer a campanha em 2016 enfrentei algumas adversidades. Porque eu não tinha um sobrenome [famoso] ou familiares na política. Nunca tive ninguém que tivesse disputado o processo eleitoral. Também não tinha dinheiro e contrariava todas as teses como a máxima de que para ser candidata precisa de dinheiro. Contrariei a lógica por não ser radialistas ou uma líder religiosa. Tive que me apresentar para a sociedade”, contou.

Loreny destacou a importância de estabelecer metas e cumpri-las com organização e disciplina.

“Defendo os três ss: sola, suor e saliva. Estabeleci como meta 2000 votos e para isso precisava com 20 mil pessoas. Além disso, na pré-campanha determinei que precisava alcançar 5000 pessoas. Família e amigos são os melhores cabos eleitorais. Eu dei 100 cartões para cada um com a missão de entregar um por dia para um voto de qualidade. Eu tenho certeza que alcancei isso porque contabilizei. Matemática é tudo no processo. Façam listas de presença com contatos. Eu contabilizei com os cartões porque entreguei todos eles”, disse.

Perseverança

A última palestra do evento foi feita pela vereadora em segundo mandato da cidade de São Paulo, Soninha Francine, do Cidadania. A parlamentar falou sobre seu engajamento político e o que a levou a disputar eleições e, principalmente, das principais dificuldades enfrentadas. Ela também destacou o trabalho realizado na Câmara Municipal paulistana ressaltando que o Legislativo não é apenas para propor e aprovar leis.

Soninha é vereadora em SP

“Sou vereadora de segundo mandato. Muita gente no início que me queria bem, não me queria como candidata e me perguntava por que eu iria me meter nisso. Como se fosse território que tivesse donos e a gente querendo se intrometer onde não deve. Me elegi pela primeira vez em 2005, mas havia decidido ser candidata em 2003. Mesmo antes, sempre fui voluntária, militante e ativista por onde trabalhei. Desde cedo fui influenciada politicamente pela minha mãe e pela escola que estudei. Política fazia parte de tudo na minha vida. A política sempre esteve presente na minha vida e chegou um momento que quis praticar mais intensivamente”, relatou.

Soninha afirmou que a decisão de disputar cargo eletivo se deu pela frustração em não poder fazer mais do que já fazia. Ela ressaltou que vislumbrava o Legislativo como uma forma de aprofundar o seu desejo em transformar a sociedade.

“Até certo ponto, eu era feliz com tudo que fazia . Perdi o animo naquele momento porque era muito pouco perto do que era preciso ser feito. Tive frustração e desgosto por não ser capaz de fazer mais. D ter mais tempo para aquilo que até então era uma atividade paralela a minha vida. Queria ter mais recursos. Mais poder de ação”, afirmou.

Questionada sobre qual seria o papel das Secretárias Estaduais para fortalecer futuras candidaturas, Soninha defendeu que elas precisam estabelecer aquilo que pode realmente ser feito dentro de cada realidade local. Para ela, é preciso união para compartilhar experiências e estabelecer uma rede de ajuda mutua.

“Acho que é preciso olhar de forma honesta para aquilo que realmente podemos fazer para a campanha de determinada candidata ou candidatas. Sem clichê ou receita pronta, até porque foi assim que sempre se fez. Se pudermos olhar umas para as outras e apoiar de verdade naquilo que está faltando, podemos montar uma estrutura mínimo e realizar um trabalho coletivo. Sai mais barato e é muito mais efetivo o encontro de candidaturas para compartilhar os sucessos e as frustrações”, disse.

 

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