O País tem de retomar o crescimento econômico em bases contemporâneas e não ter como pilar o sistema colonial
Certa vez um escritor norte-americano escreveu que o passado nunca passa. Fazia referência à sociedade dos estados sulistas após a Guerra Civil Americana (1861-1865). O caso brasileiro é distinto: é o presente que não passa.
Já fomos no passado, o país do futuro. Entre os anos 1930-1980 fomos o País que mais cresceu no mundo ocidental. O que aconteceu conosco? Por que o presente não se move? Por que ninguém – e os fatos comprovaram – mais diz que somos o País do futuro?
Estamos amarrados por um nó górdio e não à vista nenhum Alexandre Magno para desatá-lo. Os fatores de conservação petrificaram tanto a sociedade, como a economia brasileiras. É como se não tivéssemos futuro, o presente seria eterno. Passamos a ter enorme dificuldade de pensar o novo – quanto mais de construí-lo. Somos o Brasil do ontem e não do hoje e, mais ainda, do amanhã.
A paralisia do Brasil, no momento que o mundo passa por transformações radicais nunca vistas na história e com uma rapidez que não encontra paralelo, assiste às mudanças sem conseguir se inserir na globalização de forma altiva. Explicando melhor: a nossa inserção é através, fundamentalmente, via uma economia neocolonial, baseada no setor primário. É como se voltássemos no tempo. A indústria que foi o carro-chefe da economia brasileira nos “anos dourados” simplesmente quase que desapareceu. Deixou como herança enormes regiões metropolitanas, superpopulosas e seus graves problemas sociais e econômicos. O eixo econômico se transferiu para o interior, menos populoso, distante das grandes cidades, que não agrega valor aos produtos exportados, paga menos impostos e que, por suas peculiaridades, é incapaz de pensar a Nação.
Os governos se sucedem e não conseguem romper este círculo infernal antinacional, parodiando Ragnar Nurkse. Evidentemente que a Presidência Lula se afastou da barbárie nazifascista bolsonarista. Mas é preciso muito mais. O País precisa retomar o crescimento econômico em bases contemporâneas e não ter como pilar o velho sistema colonial agora adornado com balangandãs modernos.
Os grandes problemas nacionais só serão enfrentados e vencidos quando conseguirmos construir um projeto nacional. Isto passa pelas universidades, pelos partidos políticos, pela sociedade civil, pelos intelectuais. Não é tarefa fácil. O Brasil está amorfo. O entusiasmo é coisa do passado. Se não recuperarmos a capacidade de pensar e agir perderemos a chance de fazermos parte ativa e propositiva do mundo novo, do século XXI.
O País tem de retomar o crescimento econômico em bases contemporâneas e não ter como pilar o sistema colonial
Certa vez um escritor norte-americano escreveu que o passado nunca passa. Fazia referência à sociedade dos estados sulistas após a Guerra Civil Americana (1861-1865). O caso brasileiro é distinto: é o presente que não passa.
Já fomos no passado, o país do futuro. Entre os anos 1930-1980 fomos o País que mais cresceu no mundo ocidental. O que aconteceu conosco? Por que o presente não se move? Por que ninguém – e os fatos comprovaram – mais diz que somos o País do futuro?
Estamos amarrados por um nó górdio e não à vista nenhum Alexandre Magno para desatá-lo. Os fatores de conservação petrificaram tanto a sociedade, como a economia brasileiras. É como se não tivéssemos futuro, o presente seria eterno. Passamos a ter enorme dificuldade de pensar o novo – quanto mais de construí-lo. Somos o Brasil do ontem e não do hoje e, mais ainda, do amanhã.
A paralisia do Brasil, no momento que o mundo passa por transformações radicais nunca vistas na história e com uma rapidez que não encontra paralelo, assiste às mudanças sem conseguir se inserir na globalização de forma altiva. Explicando melhor: a nossa inserção é através, fundamentalmente, via uma economia neocolonial, baseada no setor primário. É como se voltássemos no tempo. A indústria que foi o carro-chefe da economia brasileira nos “anos dourados” simplesmente quase que desapareceu. Deixou como herança enormes regiões metropolitanas, superpopulosas e seus graves problemas sociais e econômicos. O eixo econômico se transferiu para o interior, menos populoso, distante das grandes cidades, que não agrega valor aos produtos exportados, paga menos impostos e que, por suas peculiaridades, é incapaz de pensar a Nação.
Os governos se sucedem e não conseguem romper este círculo infernal antinacional, parodiando Ragnar Nurkse. Evidentemente que a Presidência Lula se afastou da barbárie nazifascista bolsonarista. Mas é preciso muito mais. O País precisa retomar o crescimento econômico em bases contemporâneas e não ter como pilar o velho sistema colonial agora adornado com balangandãs modernos.
Os grandes problemas nacionais só serão enfrentados e vencidos quando conseguirmos construir um projeto nacional. Isto passa pelas universidades, pelos partidos políticos, pela sociedade civil, pelos intelectuais. Não é tarefa fácil. O Brasil está amorfo. O entusiasmo é coisa do passado. Se não recuperarmos a capacidade de pensar e agir perderemos a chance de fazermos parte ativa e propositiva do mundo novo, do século XXI. (IstoÉ – 1º/09/2023)