Uma questão de ordem do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), nesta quinta-feira (12), apoiada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), levará o deputado Ricardo Barros (PP-PR) a depor novamente na CPI, agora como convocado.
O líder do governo na Câmara falou como convidado, mas irritou os parlamentares com sucessivas mentiras, como atribuir à Comissão a responsabilidade pela demora na compra de vacinas, o que provocou o encerramento da reunião.
Barros se referiu à compra da indiana Covaxin e da chinesa CanSino. O fabricante deste último desmentiu o depoente enquanto ocorria a sessão da CPI, informou que mantém total interesse em vender para o país e que decidiu apenas trocar o laboratório que a representa no Brasil “por questões de compliance”.
Já o laboratório indiano Bharat Biotech, que fabrica a Covaxin, anunciou a rescisão do contrato com a Precisa Medicamentos, também investigada na CPI.
“Toda mentira tem perna curta. O suposto desinteresse de empresas fabricantes de vacinas, no mercado brasileiro, por conta da atuação da CPI, é uma mentira”, afirmou o senador.
A Comissão consultará o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre qual procedimento deve adotar caso o depoente, transformado em convocado, insista em mentir.
“Esse é um momento grave da vida nacional, que não comporta molecagem ou brincadeiras, exige respostas sérias e que se fale a verdade”, afirmou Alessandro Vieira.
Ricardo Barros foi citado na CPI em junho pelo deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF), que levou ao presidente Jair Bolsonaro indícios de ilegalidade na negociação para compra da vacina Covaxin, acompanhado de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda.
Segundo o parlamentar do DEM, o presidente afirmou que sabia que um deputado da base do governo estava envolvido no caso e que levaria a denúncia ao delegado-geral da Polícia Federal, o que não foi feito naquele momento.
Questionado na CPI sobre quem seria esse deputado, Miranda citou o nome do líder governista. Bolsonaro nunca desmentiu a fala de Miranda e não removeu Barros da posição na Câmara.