“No começo todo mundo testou cloroquina. Queria uma saída rápida e barata. Quase todo mundo abandonou. Menos o Brasil”, criticou o senador (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE) criticou a postura da secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, pela defesa da prescrição de medicamentos sem comprovação científica para a Covid, e por não considerar estudos em sentido contrário das ‘maiores entidades médicas do mundo’ e do País, durante depoimento à CPI da Pandemia, nesta terça-feira (25).
“A tese que nós estamos ouvindo aqui, que não veio só da senhora, veio também de colegas senadores, vai na linha de que existe um complô mundial em que o mundo decidiu, por conta da influência da indústria farmacêutica, negar às pessoas um medicamento e matar [por meio do coronavírus]”, disse o senador, ao lembrar que o Brasil já ultrapassa 450 mil mortos pela pandemia.
Alessandro Vieira disse, no entanto, não duvidar da ‘boa intenção’ de Mayra, mas cobrou coerência da secretária em relação aos medicamentos sem comprovação científica.
“No começo todo mundo testou cloroquina. Queria uma saída rápida e barata. Quase todo mundo abandonou. Menos o Brasil”, criticou o senador.
“Existem os estudos, os estudos sérios. Mas, mesmo assim, a senhora não muda de opinião. É lamentável que a política pública brasileira seja baseada nesse tipo de iniciativa”, disse Alessandro Vieira.
Desinformação
Para o senador, Mayra optou em seu depoimento à CPI por ignorar os fatos e desinformar a população brasileira.
“Difícil entender a motivação desta conduta que parece ser um padrão na equipe do governo. A sensação é de que estão proibidos de reconhecer erros e corrigir condutas. Já são mais de 450 mil mortos”, escreveu em rede social.
“Sobre o Tratecov, ela menciona um estudo internacional que embasou o trabalho. Ela está citando um paper publicado em revista de baixa credibilidade, com sérios problemas metodológicos, já amplamente noticiados”, completou o senador.
TrateCov
Alessandro Vieira apontou ainda que o estudo citado pela secretária acerca do TrateCov teria sido “publicado em revista de baixa credibilidade, com sérios problemas metodológicos”. Chamada “The AndroCoV Clinical Scoring for COVID-19 Diagnosis” (O Escore Clínico AndroCov para Diagnóstico da Covid-19), a pesquisa foi realizada por médicos que conhecidamente defendem o chamado tratamento precoce contra o novo coronavírus.