A parlamentar destaca a importância da comissão e da colaboração das testemunhas para o andamento da investigação (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Ao considerar que depoimentos à CPI da Pandemia até o momento estão ‘marcados por mentiras e contradições’, a líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), defendeu em entrevista à CNN (veja aqui) uma acareação entre o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten.
Segundo a senadora, o depoimento de Pazuello foi “marcado por muitas mentiras e contradições”, e os próximos passos da comissão devem ser tomados norteados pelas falas dele à CPI.
“O depoimento [de Pazuello] nos deu também um norte do que vamos fazer nos próximos dias. Entre os próximos passos a serem tomados pela CPI está, por exemplo, uma acareação. Vimos a contraposição entre o que Pazuello e Fabio Wajngarten falaram em relação aos presidentes da Pfizer e Anvisa. Fica claro a necessidade de acareação para os próximos dias e de forma muito constatada nas mentiras apresentadas pelo ex-ministro da Saúde”, diz Eliziane Gama.
Para ela, o ex-ministro tentou isentar o presidente Bolsonaro de responsabilização por ações tomadas durante a pandemia.
“O ex-ministro Pazuello não recebeu autorização através do habeas corpus para mentir. Ele estava ali assegurado com o HC [habeas corpus]para não falar em casos que já é investigado, mas, referente a terceiros, ele estava em condição de testemunha e, como tal, não poderia mentir”, afirmou Eliziane Gama.
“Se fizermos uma contraposição com os depoimentos anteriores, vemos de forma clara a negligência do governo federal, a falta de uma ação para o enfrentamento da pandemia, uma posição extremamente negacionista, a não prioridade, por exemplo, em relação à busca da vacina”, complementou Eliziane Gama.
A parlamentar também defendeu a importância da CPI da Pandemia e da colaboração das testemunhas para o andamento do inquérito.
“A CPI é uma investigação, então precisa de informações reais. Até porque indiciamentos devem acontecer no final dela, encaminhamentos para os órgãos de fiscalização e controle. Tudo isso vai acontecer e tem que estar em cima de verdades, que vêm de depoimentos de testemunhas”, disse a senadora maranhense.