O Cidadania irá comemorar, no dia 25 de janeiro, o centenário de nascimento do antigo dirigente do PCB (Partido Comunista Brasileiro), advogado, professor e ex-deputado estadual do Rio Grande do Norte, Luiz Ignácio Maranhão Filho. Para marcar a data e em memória de Luiz Maranhão, o partido elaborou um documento especial (veja abaixo) com a trajetória do líder comunista. Maranhão é um dos nomes do partidão na lista de desaparecidos políticos da Ditadura de 1964.
Ele sempre foi reconhecido como um intelectual tolerante e plural e um símbolo da política democrática desenvolvida pelo PCB, do qual o Cidadania é um dos principais herdeiros.
No documento, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e o diretor-geral da FAP (No documento, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e o diretor-geral da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), Caetano Araújo, reforçam a importância de Maranhão que, ao lado de Giocondo Dias e Marco Antônio Tavares Coelho, participou da Comissão do Comitê Central do PCB para contatos políticos. Nesse contexto, ele foi um dos principais articuladores da Frente Ampla para restabelecer o Estado de Direito brasileiro. A Frente chegou a ser proibida pelo regime militar, mas serviria, anos depois, como base para fundação do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), em 1966.
“Neste centenário de seu nascimento, Luiz Maranhão nos serve de inspiração para vencer as ameaças autoritárias do presente e unir as forças democráticas para a construção de um Brasil de democracia ampla e de prosperidade para todos”, defendem Freire e Caetano.
Biografia
Luiz Ignácio Maranhão Filho nasceu em 25 de janeiro de 1921 em Natal, Rio Grande do Norte. Foi advogado, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e jornalista, onde colaborou com o Diário de Natal e a Revista Civilização Brasileira.
Ingressou no PCB em 1945 e em 1952 foi preso pela primeira vez, pela Aeronáutica, sofrendo torturas. Em 1958 foi eleito deputado estadual de seu estado pelo então PTN (Partido Trabalhista Nacional) permanecendo no cargo até 1962. Em 1964, visitou Cuba e ao retornar ao País foi novamente preso e teve seus direitos políticos cassados.
Ao sair da prisão, Maranhão Filho passou a viver clandestinamente no Rio de Janeiro, atuando em diversas comissões do PCB. Em 1967, foi eleito membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, em seu VI Congresso. Em 1974, desapareceu em São Paulo.O caso atualmente é investigado pela Comissão da Verdade, órgão que apura as mortes de desaparecidos políticos no período da ditadura.