O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou nesta terça-feira (7) que a desconfiança que Jair Bolsonaro gerou com os exames anteriores para Covid-19 levaram a sociedade a receber com descrédito o anúncio de que o presidente está com a doença. A única certeza, avalia ele, é de que o comportamento dele não mudará.
“Alguém pode acreditar que por estar infectado ele vai mudar? Não. Se ele sair bem disso, é capaz de dizer que a doença não é nada, embora tenhamos 67 mil mortos, brasileiros que não tiveram dele nenhuma empatia. Algo desumano”, apontou, ao compará-lo com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que entendeu não se tratar de invenção ao contrair o vírus.
As declarações foram feitas em live no Instagram com o advogado Hector Martins, pré-candidato do Cidadania à Prefeitura de Arapiraca, Alagoas. Na conversa, Freire lamentou que Bolsonaro tenha partidarizado todo o combate à pandemia, optando por guerrear com governadores quando o papel de um líder deveria ser de levar tranquilidade à sociedade.
Essa postura, avalia, trará dificuldades para o pós-pandemia. “Esse governo pode nos levar a tragédia ainda maior por absoluta incapacidade de dar as respostas adequadas. Podemos deixar a pandemia com tremendas dificuldades. Esse desastre terá de ser enfrentado, Brasil já vinha de um pibinho, com uma equipe econômica e um ministro [Paulo Guedes] que não disseram a que vieram”, criticou.
Cidadania e Arapiraca
Ao ser questionado sobre polarização e a velha dicotomia esquerda-direita, o presidente do Cidadania disse que essa questão está superada e o partido busca aproximação com os movimentos de renovação justamente “porque a representação politica dessa nova sociedade não é a mesma da sociedade industrial”.
“Pretendemos como Cidadania imaginar esse mundo do futuro. Saber que ele já chegou e não tentar impedir que avance. Não pode ser mais o Estado burocrático, tem de ser o Estado digital, que nos integre e se abra à participação popular. Isso é de esquerda ou de direita? Essas contradições não mais existem. Guerra Fria acabou. Estamos trazendo algo de social-democracia junto com os liberais. Se aliarmos esses campos, seremos vitoriosos”, analisou.
Para ele, o pré-candidato em Arapiraca representa essa síntese e foi uma grande aquisição para o Cidadania ter um quadro de relevo na segunda maior cidade de Alagoas. Martins disse que está fazendo um grande trabalho de conscientização com homens e mulheres em Arapiraca sobre a importância de participarem da política e dos rumos da gestão do município.
“Homens e mulheres de bem tendem a se afastar da política, em razão da politicagem. Mas é possível fazer o bem na política, contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Arapiraca, por exemplo, sofre com ausência de políticas públicas, ficamos num jogo de empurra empurra e ninguém fez nada. A cidade estrá no coração do Estado, sempre teve comércio muito vivo, mas falta o básico. Quero unir forças por um movimento de renovação”, disse.