Vice-presidente do Cidadania quer explicações sobre “engano de R$ 113 milhões” que permitiu pagamento do auxilio emergencial a 190 mil militares que não teriam direito ao benefício
O vice-presidente nacional do Cidadania, deputado federal Rubens Bueno (PR), protocolou nesta terça-feira (12) requerimentos de informações aos ministros da Economia, Paulo Guedes, da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, cobrando explicações sobre o pagamento de R$ 130 milhões parra quase 190 mil militares da ativa, da reserva, reformados, pensionistas e anistiados do auxílio emergencial de R$ 600.
No pedido, o deputado solicita o ressarcimento de todos os valores pagos indevidamente. O parlamentar questiona o número exato de servidores militares que eventualmente receberam o auxílio emergencial indevidamente; a forma de cadastramento realizada por esses servidores para obter o benefício, se ocorreu por equipamentos particulares ou a partir de estrutura própria dos quarteis a que pertencem.
Rubens Bueno quer o detalhamento do total despendido até o momento com o pagamento indevido a esses servidores; o estágio em que se encontra a apuração dos eventuais crimes cometidos por esses servidores militares e previsão de abertura de processos administrativos disciplinares e penais contra os responsáveis e procedimentos para a restituição dos valores pagos indevidamente; além de informações precisas sobre as medidas tomadas pelas pastas para evitar futuros pagamentos indevidos do auxílio emergencial.
“Não foram um, dois, três ou uma dúzia de militares que pediram o auxílio por “engano”. Foram quase 190 mil. Queremos saber se havia alguma estrutura montada dentro das unidades militares para fazer esse tipo de procedimento, o que representaria, sem dúvida, uma organização criminosa capitaneada por parte de alguns que não respeitam a farda”, adiantou o Rubens Bueno.
O presidente nacional do Cidania, Roberto Freire, elogiou a iniciativa e cobrou que o governo dê as devidas explicações aos brasileiros. “Aplaudo a iniciativa do nosso dirigente deputado Rubens Bueno. Há 17 milhões de brasileiros aguardando a renda básica. As filas na Caixa são imensas e absurdas. Militares da ativa passaram à frente e receberam sem direito algum. O que Bolsonaro tem a dizer?”, questionou.
Ainda no pedido, Bueno ressalta que é importante ter conhecimento da real extensão e forma desse crime, de solicitar e obter indevidamente o auxílio emergencial. “Em outras palavras, precisamos saber se a prática foi adotada por indivíduos voltados a transgredir a lei, com o agravante do momento de aguda crise por que passamos. A apuração dos crimes e o julgamento dos culpados devem ser tratados como prioritários para que o dinheiro do auxílio emergencial chegue a quem é de direito”, resumiu.
Por fim, o deputado ainda pede para a direção da Câmara dos Deputados o envio, o mais rápido possível, em caráter emergencial, dos questionamento aos ministros.