Presidente do Cidadania defende proposta do ministro Luís Barroso de realizar o pleito de outubro em dois finais de semanas seguidos
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou nesta quarta-feira (6) que eventual prorrogação de mandato e quebra de periodicidade das eleições devem ser encaradas como tentativa de golpe e defendeu a proposta do ministro Luís Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de realizar o pleito em dois finais de semana seguidos ou em horários alternados por faixa etária.
“O fundamental é que as eleições se realizem. Sequenciar no tempo é mais uma garantia da realização do pleito. Prorrogação é um golpe contra a democracia, quebra a periodicidade e a alternância de poder”, sustenta o ex-parlamentar, ao comentar as declarações de Barroso publicadas no jornal Valor Econômico.
Na avaliação de Freire, a discussão tem de estar centrada em como realizar o processo respeitando regras de distanciamento social e seguindo os protocolos de segurança sanitária, com desinfecção constante dos locais de votação e das urnas eletrônicas, distribuição de máscaras e medidas para evitar filas e aglomerações, entre outras.
O presidente do Cidadania lembra que Alemanha e França mantiveram as eleições deste ano para evitar qualquer risco para a ordem democrática. “Não podemos deixar que a crise sanitária alimente qualquer pendor autoritário, essa porta não deve ser aberta”, aponta. Diante do cenário brasileiro, ele acredita que o melhor é encontrar as soluções necessárias para não interromper o ciclo eleitoral pela primeira vez desde a redemocratização.
Conforme o Valor, um grupo de trabalho criado pela ministra Rosa Weber, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, monitora a evolução da Covid-19 no Brasil e, por ora, não vê necessidade de adiar o pleito. Novo relatório deve ser divulgado sexta-feira. O ministro Barroso, que assume a Corte dia 25, espera posição definitiva desse GT até os primeiros dias de junho para decidir.