O Brasil fechou 43 mil postos de trabalho no mês de março, o pior resultado para o mesmo período desde 2017, quando ocorreram 63.624 demissões com carteira assinado. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Ministério da Economia.
O resultado do Caged provocou queda no índice da bolsa, o Ibovespa, de 1,23%, porque o mercado aguardava números melhores. Para efeito de comparação, em março de 2018 foram criados 56.151 postos com carteira assinada. Em março foram abertas 1,26 milhão de vagas e fechados 1,3 milhão.
No trimestre, o saldo ajustado é positivo em 164,2 mil, mas representa queda de 15,9% quando comparado com o mesmo período de 2018, que registrou 195,2 mil vagas de trabalho. Em 12 meses, o acumulado é positivo em 472.117 vagas.
Segundo o secretário do Trabalho, Bruno Dalcolmo, o número negativo é atribuído à forte criação de postos com carteira assinada em fevereiro quando foram criados 173.139 postos, o melhor para o mês desde 2014.
Dos oito setores analisados, cinco tiveram saldo negativo sendo o comércio o pior resultado com 330.121 vagas fechadas contra 301.318 abertas (-28.803). Já o setor de serviços teve o maior saldo positivo com 4.572 postos. Além disso, todas as regiões do País tiveram um mau desempenho sendo o nordeste com o maior saldo de vagas fechadas (-23.728), e o Centro-Oeste, com o menor impacto (-1.706).
Incerteza
Para o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, o resultado do Caged em março reflete a incerteza quanto ao cenário econômico.
“Os dados do Caged vieram muito abaixo do esperado, o que é um choque de realidade no mercado e reforça que a reforma da aposentadoria é extremamente importante para que o governo possa começar a gerar incentivos na economia”, afirmou. (Com informações de agências de notícias)