Eliziane Gama critica ‘ação negacionista’ do governo na pandemia e cobra campanha de vacinação

Senadora diz ser é ‘inacreditável’ que o Executivo não tenha uma campanha de vacina e de conscientização sobre a imunização contra a Covid-19 (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), criticou nesta terça-feira (06) a ação negacionista e falta de alinhamento do discurso do governo frente à pandemia do novo coronavírus, e cobrou do secretário especial de Comunicação Social do Ministério das Comunicações, Flávio Rocha, uma campanha de incentivo à vacinação no País durante audiência da comissão temporária da Covid-19.

“A ação negacionista deste governo continua de forma clara. Nós temos mais de um ano de pandemia, mais de três meses de campanha de vacinação, e é inacreditável que este governo não tenha até o presente momento uma campanha de vacinação e de conscientização, tanto da vacinação quanto das ações preventivas que são hoje estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde”, disse a senadora, ao lamentar  que o Brasil vive um dos ‘momentos mais terríveis da história mundial’ com a falta de reação efetiva do Executivo contra a Covid-19, que já soma mais de 300 mil mortes.

Eliziane Gama defendeu a elaboração de peças publicitárias com informações sobre distanciamento social, uso de máscara e a participação do presidente Jair Bolsonaro na condução desse discurso.

“É inacreditável que o presidente da República, secretário, que é o maior formador de opinião deste país pela posição que ele tem, estratégica, não use esse seu poder de comunicação para informar bem a sociedade brasileira. É inacreditável que ele chegue na data, por exemplo, de receber a vacina e não se vacine – ou, se vacinou, ele não informou isso para ninguém. Ou seja, aquele que está na condução da política, infelizmente, não está fazendo aquilo que deveria fazer, que é o comando desta política para o enfrentamento da pandemia”, criticou a parlamentar maranhense.

Em resposta, o secretário informou que as campanhas em elaboração estão sendo orientadas por Bolsonaro e que serão voltadas para o momento atual, inclusive com foco na adoção do distanciamento social.

“Vamos implementar a estratégia que é adequada para o momento atual, gravíssimo, em que a população precisa, cada vez mais, de orientação e de foco para cumprir procedimentos individuais e coletivos. Aí eu menciono que estão lá menções de todos os fatores necessários, inclusive o distanciamento social, que é necessário para diminuir o contágio. Não estou falando de lockdown, não estou falando de abertura geral; estou falando de distanciamento social, com que, como nós bem sabemos, cada ente da Federação tem a sua autonomia”, explicou o secretário, que exibiu alguns banners com imagens de pessoas fazendo uso de máscara de proteção.

Recursos para campanha

Eliziane Gama perguntou também a Flávio Rocha sobre o ‘volume financeiro’ que o governo está disponibilizando para campanhas educativa e de informação sobre a pandemia.

“Eu preciso de datas, nós queremos estabelecer de forma prática quando, de fato, teremos essas ações”, questionou.

Em resposta, Flávio Rocha disse que o valor alocado para utilidade pública neste ano foi de R$ 246 milhões, mas sem fazer nenhuma previsão sobre datas de campanhas de informação e vacinação contra a Covid-19.

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