‘Não bastasse querer sepultar a Lava Jato, quer fazer o mesmo com a reputação de uma das mais respeitáveis servidoras do MPF, através de insinuações descabidas a respeito de sua vida pessoal’, diz o senador sobre o ataque do PGR à subprocuradora Luiza Frischeisen (Foto: Reprodução/Youtube)
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) criticou os ataques do procurador-geral da República Augusto Aras aos membros do CSMPF (Conselho Superior do Ministério Público Federal), especialmente em relação aos subprocuradores Nicolau Dino e Luiza Frischeisen.
“Lamento profundamente o teor da fala do procurador-geral da República, ontem [31], em reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal, em especial a respeito da subprocuradora Luiza Frischeisen. Não bastasse querer sepultar a Lava Jato, quer fazer o mesmo com a reputação de uma das mais respeitáveis servidoras do MPF [Ministério Público Federal], através de insinuações descabidas a respeito de sua vida pessoal. Nosso apoio e deferência à doutora Luiza e ao seu trabalho”, disse o parlamentar
Na reunião remota desta sexta-feira (31) do CSMPF, quando ocorreram os ataques, Aras afirmou que os procuradores espalham “fake news” contra ele.
Dirigindo-se a Nicolao Dino e Luiza Frischeisen, Aras afirmou: “Doutor Nicolao, o senhor não vai gostar de ver uma fake news sobre sua família. Muito menos a doutora Luiza, que talvez não tenha família, ou talvez tenha”. Luiza Frischeisen não tem filhos.
Ataques à Lava Jato
Augusto Aras foi criticado pelos colegas por seus recentes ataques à Operação Lava Jato. Em live nesta terça-feira (23), ele disse a um grupo de advogados ser “hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”.
Nicolao Dino leu uma manifestação contra a fala elaborada em conjunto com outros subprocuradores e foi interrompido pelo procurador-geral inicando um bate-boca na sessão do Conselho Superior que discutia o orçamento do MPF.
O PGR também acusou os colegas de vazarem manifestações à imprensa, pediu que as considerações fora da pauta da reunião remota fossem deixadas para o final da sessão e adiantou que pretende rebater os questionamentos com documentos.
O bate-boca só terminou quando o subprocurador-geral José Elaeres pediu a palavra, sugerindo que os participantes seguissem com as discussões sobre o orçamento e que, ao final, se manifestassem sobre outros assuntos.
Aras encerrou bruscamente a sessão e após declarar seu fim, levantou-se da cadeira e deixou falando sozinhos os participantes. (Com informações das agências de notícias)