O líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP) disse nesta terça-feira que é preciso investigar com rigor os motivos que levaram o Palácio do Planalto a republicar a exoneração de Abraham Weintraub do cargo de ministro da Educação. Mas a, principio, não vê trapalhada no ato.
O presidente Jair Bolsonaro retificou a data de demissão de Weintraub. Inicialmente publicada no Diário Oficial da União, a saída do ministro só foi oficializada no sábado dia, 20, quando ele já estava nos Estados Unidos.
Com a nova publicação, a exoneração de Abraham Weintraub passa a valer desde sexta-feira, 19.
É a segunda vez no governo Bolsonaro que ocorre esse vai-e-vem no Diário Oficial. Na época, o presidente mandou publicar, em edição extraordinária, a demissão de Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal sem a assinatura do então ministro da Justiça, Sergio Moro. Isso ocorreu depois que Moro contestou ter dado aval para exonerar Valeixo. Uma versão original do DOU continha a assinatura do então ministro.
“Não nos parece uma simples trapalhada. Cheira a crime de responsabilidade. É preciso destacar que o anúncio da demissão do ministro se deu num dia e apenas 48 horas depois, quando ele já estava em solo americano, onde está proibida a entrada de brasileiros comuns, é que ocorreu a publicação de sua exoneração. A retificação com mudança da validade dessa demissão mostra que algo está muito errado. É preciso apurar com rigor”, cobrou o parlamentar.
O líder do Cidadania lembra ainda que a situação do ministro pode ser contestada nos Estados Unidos.
“Quem chegou lá se declarando ministro de Estado pode, eventualmente, ser responsabilizado por crime de falsidade ideológica. É ruim para a imagem do Brasil”, diz o parlamentar.