Adiamento das eleições deve levar em conta questões sanitárias e a regularidade do processo, diz Eliziane Gama

Senadora sugere postergar ao máximo possível as datas do pleito e também ampliar o horário de votação, para proteger os mais vulneráveis à Covid-19 (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), voltou a defender o adiamento das eleições municipais na sessão temática remota do Senado, nesta segunda-feira (22), com a participação do ministro Luís Roberto Barrroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), especialistas em saúde, direito eleitoral e representantes de entidades dos municípios.

A parlamentar afirmou na videoconferência que eleição é uma “festa de democracia”, mas lembrou que não é possível deixar de lado a questão sanitária e a ‘regularidade do processo político-eleitoral’. Ela sugeriu postergar ao máximo possível as datas do pleito e também ampliar o horário de votação, para proteger os mais vulneráveis à pandemia de Covid-19.

“Estamos em um momento excepcional e precisamos buscar formas para que o processo ocorra de forma mais tranquila”, defendeu.

Eliziane disse que uma das sugestões que apresentou à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 18/2020) do Adiamento das Eleições é a alteração do horário de votação, para começar às 7h e terminar às 20h. A PEC vai ser votada nesta terça-feira (23) pelo Senado.

“Isso dará muito mais tempo para que todos os critérios sanitários possam ser levados em consideração e, ao mesmo tempo, também para garantir a participação de todos, inclusive com alguns critérios para que aqueles que têm cormobidades  possam ter acesso ao processo eleitoral de uma forma mais tranquila”, argumentou.

A senadora também manifestou preocupação em relação à questão das convenções partidárias para a escolha dos candidatos a vereador e prefeito, que terão de ocorrer por meio de processo digital.

“A falta de cobertura digital no Brasil é muito grande. O IBGE mostra que nós temos 46 milhões de brasileiros que não têm acesso a nenhum processo digital. O nosso estado, o Maranhão, é um dos que, inclusive, mais sofrem com a falta da cobertura digital. Isto me traz, de fato, muita preocupação hoje. Nós precisamos procurar alternativas que possam obedecer aos critérios constitucionais, mas também garantir a participação democrática da população”, disse Eliziane Gama.

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