Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (25/06/2020)

MANCHETES

O Globo

Aprovada lei que pode atrair R$ 700 bi para saneamento
Por 7 a 4, STF proibe redução de salário de servidores
Centrão tentará barrar adiamento da eleição
Briga de sócios: Itaú ataca XP em disputa por investidores
TCU alerta governo sobre falta de plano contra Covid
Ministério da Saúde altera critérios de diagnóstico de Covid-19
Vistoria da Alerj reprova todos hospitais de campanha
Encontro marcado com a Mona Lisa

O Estado de S. Paulo

STF impede Estados e municípios de cortar salário de servidores
Projeto do saneamento é aprovado e vai a sanção
Modernização atrai investidor
SP só voltará às aulas a partir de 8 de setembro, e com rodízio
Campanha do Itaú provoca reação da XP
Weintraub é contestado no Banco Mundial
Centrão quer impedir adiamento de eleições
FMI prevê queda de 9,1% do PIB do Brasil
Paraisópolis reduz contágios

Folha de S. Paulo

SP mira setembro para volta às aulas; capital prevê abrir bares
Professores do estado veem anúncio precipitado e ameaçam fazer greve
Senado aprova novo marco do saneamento
Nove estados têm mais de 80% das UTIs ocupadas
Crise da Covid-19 afeta mais pretos e pardos, diz IBGE
Agência Pública faz colaboração para investigar óbitos
Folha lança campanha em defesa da democracia
Grupo do Banco Mundial tenta barrar Weintraub
Câmara dá aval a CNH com validade de dez anos
Moraes decide soltar Sara Winter, mas impõe uso de tornozeleira
Câmara de SP extingue autarquia de serviço funerário e limpeza
Com desfile gradioso, Rússia celebra 75 anos do fim da 2ª Guerra

Valor Econômico

Nova lei do saneamento passa e atrai investidor
Auxílio deve ter redução gradativa
Bolsonaro modera tom, mas crise não dá trégua
Ventos fortes
Fundos de universidades ganham adesões
Mercado teme mais Biden do que Trump

EDITORIAIS

O Globo

‘Associação criminosa’ no bolsonarismo

A possibilidade levantada por ministro do STF tem base em quebras de sigilo bancário

Um conjunto de organismos de Estado — o Ministério Público Federal, o MP estadual do Rio, o Judiciário e ainda as Polícias Federal, Civil fluminense e a de Brasília — tem dado exemplos do funcionamento dos pesos e contrapesos existentes numa democracia, para o enquadramento de falanges radicais bolsonaristas.

A descoberta de que o desaparecido Fabrício Queiroz, íntimo do clã Bolsonaro, por exemplo, estava sendo mantido fora de circulação em imóvel localizado em Atibaia (SP), de Frederick Wassef, advogado do presidente Bolsonaro, foi uma operação do MP do Rio, com a Polícia Civil fluminense, apoiada por sua congênere paulista.

Já a execução de busca e apreensão em um sítio feita por policiais de Brasília encontrou provas da atuação de agrupamentos bolsonaristas extremistas, entre elas fogos de artifício. Foi com fogos que o “300 do Brasil” fez a simulação de bombardeio do Supremo Tribunal, no fim de semana retrasado. O ataque ao STF levou à prisão de Sara Giromini e de mais cinco militantes do mesmo grupo, pedida pelo MP Federal, e decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que preside o inquérito sobre a organização de manifestações antidemocráticas aberto por iniciativa da Procuradoria-Geral da República.

Não há conexão operacional entre a prisão de Queiroz e a operação de policiais brasilienses que os levaram a uma base de apoio de radicais da extrema direita. Isso significa que procuradores, juízes e policiais, em Brasília, Rio e São Paulo, trabalham para executar a lei, independentemente de quem seja o alvo e de onde estejam.

Desde as primeiras manifestações, principalmente em Brasília, o tipo de produção das faixas com ataques ao Congresso, ao Supremo e defesa de um golpe, da volta do AI-5, mantendo-se Bolsonaro no Planalto, indicava a existência de um esquema de financiamento dos atos. As faixas tinham a mesma tipologia e o mesmo acabamento industrial. Isso custa dinheiro.

O prosseguimento deste inquérito arrolou empresários bolsonaristas, candidatos mais prováveis a financiadores do movimento — como Luciano Hang, Edgard Corona e Otavio Fakhoury —, mas não apenas eles.

Por iniciativa do MP Federal, o ministro Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilo bancário de parlamentares bolsonaristas, de operadores de sites e de canais no YouTube.

Pelo menos quatro deputados federais do PSL — Bia Kicis (DF), Guiga Peixoto (SP), General Girão (RN) e Aline Sleutjes (PR) — teriam sacado dinheiro público de suas verbas para exercer os mandatos e canalizaram os recursos à difusão pelas redes de mensagens de sustentação dos atos antidemocráticos. Propagam-se propostas inconstitucionais com dinheiro do contribuinte. Não pode. Outros sigilos foram quebrados, e a teia que vem emergindo da investigação leva o ministro Moraes a admitir a “real possibilidade da existência de uma associação criminosa” que atua por trás de toda esta mobilização de extrema direita. Mais um problema para o Planalto.

O Estado de S. Paulo

Desmatamento e fuga de capital

Há uma ameaça real de retirada de investimentos estrangeiros no País caso o governo brasileiro não consiga deter o desmatamento

Há uma ameaça real de retirada de investimentos estrangeiros no País caso o governo brasileiro não consiga deter o desmatamento e, desta vez, o presidente Jair Bolsonaro e membros de seu governo não poderão atribuir à desinformação – como fizeram outras vezes – as críticas feitas por 29 instituições financeiras de 8 países à maneira como a questão ambiental vem sendo tratada na esfera federal. Muitas dessas instituições (fundos, bancos e gestoras de investimento) aplicam quantias expressivas em empresas que atuam fortemente no Brasil em áreas diversas, especialmente a do agronegócio, e conhecem bem a situação ambiental do País. Em carta entregue a Embaixadas do Brasil em oito países, o grupo de instituições responsável por ativos estimados em US$ 3,75 trilhões afirma que “o desmantelamento de políticas ambientais e de direitos humanos” pelo governo Bolsonaro cria “incerteza generalizada sobre as condições de investir ou de prestar serviços” no País e ameaça retirar seus investimentos caso não seja detido o avanço do desmatamento.

Em ocasiões anteriores, o presidente da República e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, entre outras autoridades federais, minimizaram críticas dessa natureza, tratando-as com um desdém que mal esconde inoperância, incompetência, desídia, irresponsabilidade ou qualquer outra característica de uma ação federal marcada por completo desprezo pela questão ambiental. Esse comportamento pode comover a ala mais radical do bolsonarismo, mas não está mais sendo tolerado por pessoas e instituições respeitáveis, no País e no exterior.

“Como instituições financeiras, que têm o dever fiduciário de agir no melhor interesse de longo prazo de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, protegendo a biodiversidade e assegurando serviços ecossistêmicos”, afirmam os gestores de recursos na carta que tem como destinatários agentes públicos que trabalham em Brasília, a começar pelo presidente da República e seu ministro da área ambiental. A carta adverte que o aumento das taxas de desmatamento no Brasil pode criar dificuldades crescentes para empresas que atuam nas áreas desmatadas terem acesso aos mercados internacionais. Até mesmo títulos soberanos brasileiros poderão vir a ser considerados de alto risco caso o processo de desmatamento não seja contido, advertem as instituições.

Elas têm recursos aplicados em grandes empresas exportadoras e negociadoras mundiais de commodities que respondem por parte expressiva das vendas externas brasileiras. Há alguns dias, o chefe de investimentos de uma das empresas signatárias da carta entregue ao governo brasileiro, a KLP, disse à agência Reuters que, se sua avaliação sobre as políticas ambientais brasileiras for negativa, “o desinvestimento pode ser o resultado provável, possivelmente ainda este ano”.

Motivos para uma avaliação negativa não faltam. A carta cita, entre outros, as “controvertidas” propostas legislativas de regularização de terras públicas, a abertura de terras ocupadas por povos indígenas para mineração e o afrouxamento de regras para licenciamento ambiental. Lembra também a recomendação do ministro Ricardo Salles, na mal-afamada reunião ministerial de 22 de abril, de “passar a boiada” da legislação de simplificação de normas ambientais enquanto a pandemia estiver no centro das preocupações do País.

Tais comportamentos do governo mereceram dura condenação de nove ex-ministros do Meio Ambiente, para os quais “a sustentabilidade socioambiental está sendo comprometida de maneira irreversível por aqueles que têm o dever constitucional de garanti-la”. Dirigentes do setor financeiro no Brasil também estão preocupados. O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, disse que “precisamos nos mover” contra os incêndios na Amazônia.

Como lembraram os ex-ministros do Meio Ambiente, “sem sustentabilidade, não haverá futuro para nenhum povo”.

Folha de S. Paulo

Custo ambiental

Entidades estrangeiras fazem pressão contra política desastrosa de Bolsonaro

Com a emergência climática batendo à porta, a preocupação com a preservação do ambiente já há algum tempo deixou de estar restrita a ativistas, ONGs e fóruns temáticos para se tornar assunto corrente entre os principais atores econômicos do planeta.

O Brasil, território da maior floresta tropical do mundo, ocupa, para o bem e para o mal, lugar central nessas discussões. Se até há pouco o sucesso do país no combate ao desmatamento granjeou-lhe recursos e prestígio internacional, hoje a situação se afigura diversa.

A política antiambiental do governo Jair Bolsonaro não apenas vem revertendo os ganhos obtidos na conservação da Amazônia como tem devastado a imagem do Brasil no exterior —com possíveis prejuízos para os negócios nacionais.

Esse ponto ganhou nova dimensão nas últimas semanas, quando, preocupados com o desmonte das políticas de preservação, empresas, políticos e entidades estrangeiras, sobretudo da Europa, intensificaram as pressões sobre o país.

Na segunda (22), um grupo de 29 fundos de investimento, que juntos administram algo em torno de R$ 20 trilhões, enviou carta aberta a sete embaixadas brasileiras na Europa, no Japão e nos EUA solicitando reuniões para discutir a destruição amazônica.

Dias antes, três dezenas de eurodeputados demandaram do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ações para “manter a estrutura legal necessária para proteger as florestas brasileiras”. O Parlamento Europeu é uma das instâncias que precisa aprovar o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), assinado em 2019, para que ele entre em vigor.

Esse pacto comercial foi o alvo da terceira iniciativa, encampada por cinco entidades, que, numa queixa à ombudsman da UE, pediram que sua ratificação seja suspensa.

Também os presidentes dos principais bancos privados do Brasil manifestaram, nesta semana, inquietação com a forma como o país vem lidando com a questão ambiental. Após o registro em 2019 da maior taxa de desmatamento em uma década, dados preliminares indicam que a destruição pode crescer ainda mais neste ano.

Certamente sabedora das perdas que esse descalabro pode acarretar, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) afirmou, durante evento, que o Brasil poderia aumentar sua produção de alimentos “sem derrubar uma árvore sequer”.

Diante do passivo até agora acumulado, será necessário, entretanto, muito mais do que palavras para que esses riscos não se materializem em ações contra o país.

Valor Econômico

FMI prevê a recessão maior e contágio volta a crescer nos EUA

Com o segundo maior déficit no mundo em 2020, a dívida pública bruta subirá para 102,3% do PIB, bem distante dos 63,1% da média dos países emergentes

A devastação social e econômica provocada pelo novo coronavírus foi muito maior do que a prevista – e a possibilidade de uma segunda onda ameaça fazer mais estragos. O Fundo Monetário Internacional mostrou-se ainda mais pessimista do que em abril e indicou ontem que a recessão global será mais profunda, com queda do PIB de 4,9% (antes, -3%). Os investidores que consideraram a previsão do Fed, de retração de 6,5% do PIB, terão de rever suas projeções. O PIB americano encolherá 8% este ano, um choque de grandes proporções que, no entanto, será igual à média das economias avançadas. O contágio voltou a aumentar em duas dezenas de Estados americanos, a primeira onda ainda deixa muitos mortos na América Latina; a Alemanha cerca distrito infectado e a China usa rigor para evitar o espraiamento do vírus em Pequim. São maus augúrios que as previsões do FMI aprofundaram. Os mercados acionários desabaram ontem.

A economia de guerra contra a covid-19 revelou-se mais do que uma metáfora. O déficit fiscal nos países desenvolvidos será de 16% do PIB neste ano, um esforço até mesmo superior ao de conflitos mundiais. Nos EUA, o rombo orçamentário atingirá 23% do maior PIB do mundo (US$ 21,5 trilhões). Os países emergentes terão déficit de 10,5% do PIB na média, com o Brasil mais uma vez em dissonância, com resultado negativo de 16% do PIB, o maior do planeta após o americano.

O cenário traçado pelo FMI está cercado de incertezas, especialmente pela ressurgência do novo coronavírus nas economias que finalmente foram reabertas. Para o Fundo, é provável que isso aconteça no início de 2021, no inverno no Hemisfério Norte, mas as estatísticas indicam que possa já estar ocorrendo, pelo menos nos EUA.

Com 35 mil novos casos na terça-feira, principalmente nos Estados do Sul e do Oeste, e entre os primeiros a relaxarem o isolamento, como Flórida e Texas, o país teve o maior número de infectados em dois meses. O sistema de saúde texano revive os dias terríveis da pandemia em Nova York. Nova York, New Jersey e Connecticut resolveram colocar em quarentena pessoas provenientes dos Estados onde o contágio está crescendo. Na Califórnia, houve 7 mil novos casos ontem.

A economia americana vinha se recuperando rapidamente, o que fez os mercados acionários avançarem à frente do que seria prudente diante dos desafios da pandemia. O presidente Donald Trump, que menosprezou o vírus, deu de ombros e disse que o aumento de casos decorria do aumento das testagens. Steven Mnuchin, o secretário do Tesouro, afirmou que a economia não poderá ser fechada novamente – entre os inconvenientes óbvios não mencionados está a redução das chances de reeleição de Trump. O presidente do Goldman Sachs, David Salomon, advertiu os investidores de que eles podem estar errando a mão nos preços dos ativos e subestimando as dificuldades de se conviver com a covid-19.

O fim mal planejado do distanciamento social, ou a falta de rigor exigida no isolamento se combinam para elevar o contágio e a mortalidade no Brasil, no México (6 mil novos casos por dia) e Índia (14,9 mil). Na China, há 246 casos em Pequim, onde a quarentena foi imposta em vários bairros. A covid-19 infectou até ontem 9,16 milhões de pessoas e matou 468,6 mil.

O balanço é assombroso, em número de vidas e destruição econômica. O FMI avaliou que a recessão global no segundo trimestre reduzirá tanto as horas trabalhadas que isso equivalerá a um corte de 130 milhões de empregos em tempo integral. O custo global de evitar um massacre social, calculado pelo Fundo, foi de US$ 11 trilhões em gastos oficiais desde o início da pandemia.

Caso o coronavírus volte à cena com vigor no início de 2021, o impacto econômico e nas condições financeiras será metade do que foi em 2020. Isso significa, porém, que a recuperação prevista, de 5,4%, será de apenas 0,5%, jogando para mais longe no calendário a volta ao nível anterior à covid-19.

A revisão do desempenho do Brasil foi uma das maiores. O PIB deve cair 9,1% (antes, -5,3%), e a recuperação deve ser só 0,7 ponto percentual maior, de 3,6% em 2021. Com o segundo maior déficit no mundo em 2020, a dívida pública bruta subirá para 102,3% do PIB, uma larga distância da média dos países emergentes, de 63,1% do PIB. Ainda assim, estará um pouco acima da média mundial, de 101,5% do PIB. O FMI indica que, pelo déficit primário estimado em 2021, de 5,9% do PIB, o Brasil deverá manter alguns dos programas de emergência em execução hoje.

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