Senador defende uma postura de protagonismo do Congresso Nacional para salvar vidas e a economia do caos (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) cobrou do governo federal na sessão remota do Congresso Nacional, nesta quarta-feira (13), uma ‘política nacional’ para orientar o cidadão na pandemia do novo Coronavírus no País, que já tem cerca de 200 mil infectados e 13 mil mortos pela doença. Ele também defendeu uma postura de protagonismo do Parlamento para salvar vidas e a economia do caos.
“Apesar de toda essa situação, nós continuamos tendo um governo federal absolutamente negacionista, um presidente da República que se esconde, que foge da realidade, que mascara dados, que evita de forma aberta enfrentar uma situação que é dramática no mundo todo e que, no Brasil, piora a olhos vistos no momento em que se tem um absoluto descontrole do Estado brasileiro”, disse, ao avaliar que com a falta de orientação do Executivo os estados e municípios não terão ‘escapatória’ senão ‘apelar para o lockdown’, o fechamento total das cidades.
Para o parlamentar, a crise econômica e o desemprego ficarão cada vez mais graves, por ‘uma consequência direta da ineficiência do governo federal’ em tentar conter o avanço da contaminação pela Covid-19.
Alessandro Vieira disse também que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, tem um ‘currículo brilhante’, mas que ficou a reboque sobre as novas atividades consideradas essenciais no decreto de Bolsonaro, que liberou o funcionamento de salões de cabeleireiro e academias de ginástica.
“Nós não temos uma política séria. Falta que o Congresso adote uma postura mais proativa do que a que já vem fazendo, mas precisamos de um protocolo de atendimento às pessoas. É preciso que a Nação brasileira seja orientada”, defendeu.
O senador disse ainda que o Brasil não pode continuar vendo pessoas morrendo por omissão e ausência do Estado.
“Não é falta de dinheiro – estamos liberando orçamento dia após dia; falta gestão, faltam dados confiáveis que sejam utilizados para defender o Brasil. Então, eu faço um apelo: é momento de assumir um protagonismo para definição de protocolos para a salvação do Brasil, salvação na saúde e na economia, porque a crise econômica que vamos enfrentar será a maior da nossa história, e nós não temos um roteiro de saída”, afirmou.
‘Economia vem falhando’
Na opinião de Alessandro Vieira, o Ministério da Economia vem falhando em apontar caminhos para a saída da crise que, segundo ele, não se dará pelo ajuste fiscal e o método ortodoxo que o ministro Paulo Guedes tenta implantar na pauta econômica.
“Concordamos, apoiamos, votamos várias medidas de controle e de austeridade, mas o momento agora é diferente. Temos brasileiros e brasileiras que estão sendo jogados na miséria, que ontem eram empresários ou microempresários e hoje não têm nada de renda, e não se tem uma palavra do presidente da República ou do governo federal de apoio, de orientação, de conforto e de garantia de que teremos um futuro. Mas o Brasil vai ter futuro, queira o presidente ou não. Existe uma realidade, queira o presidente ou não. E o Senado precisa exercer a sua função”, cobrou o parlamentar do Cidadania de Sergipe.