Para líder do Cidadania na Câmara, medida é essencial para preservar independência e autonomia da Polícia Federal
O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, deputado Arnaldo Jardim (SP), defendeu nesta terça-feira (28) que o novo diretor-geral da Polícia Federal exerça uma espécie de “distanciamento social” do presidente da República. Alexandre Ramagem foi nomeado para o posto e é muito próximo do clã Bolsonaro. Ele substitui o delegado Mauricio Valeixo.
“Depois de passarem por uma espécie de quarentena juntos, é essencial que Bolsonaro e Ramagem, a partir deste instante, pratiquem o distanciamento social um do outro, para o bom andamento dos trabalhos daquela que é considerada uma das instituições de maior credibilidade do Brasil. A PF é autônoma, independente e jamais admite interferências políticas”, disse Jardim.
O delegado, que agora assume o comando da cúpula da Polícia Federal, e Jair Bolsonaro se conheceram durante a campanha presidencial de 2018. No réveillon de 2019, Ramagem foi fotografado ao lado de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, durante a comemoração.
Ministro da Justiça
Arnaldo Jardim também comentou a nomeação do agora ex-advogado-Geral da União André Mendonça para o Ministério da Justiça. “Esperamos que a pasta da Justiça continue praticando sua política de tolerância zero contra o crime organizado e servindo sempre aos interesses da coletividade”, disse o parlamentar.
Os comandos do Ministério da Justiça e da PF ficaram vagos após a saída do ex-ministro Sergio Moro e do ex-diretor-geral Maurício Valeixo. Moro decidiu deixar o governo depois de Bolsonaro exonerar Valeixo. O ex-ministro alegou que o presidente tenta interferir politicamente na PF.