Diplomata, deputado Marcelo Calero critica atuação do ministro Ernesto Araújo

Responsável pelo Itamaraty coloca em risco credibilidade do Brasil, diz parlamentar

Em entrevista à coluna de Jamil Chade, no UOL, o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) fala sobre a atuação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que, segundo ele, coloca em risco a credibilidade do país. Para o deputado, os diplomatas do Itamaraty vivem sob a égide do medo.

Calero lembra que o Itamaraty sempre conseguiu desempenhar suas atividades com técnica, experiência e vigor ao longo dos anos. Para ele, apesar de termos hoje um funcionário de carreira à frente da pasta, tudo leva a crer que se trata apenas de uma peça decorativa. O deputado Eduardo Bolsonaro e o olavista Filipe Martins é que dão o tom, afirma o deputado.

Confira abaixo a primeira pergunta da entrevista. Para ler a íntegra, clique aqui.

O sr. é um diplomata de carreira, mas também deputado. Confesso que desconheço o caso de um funcionário do Itamaraty que tenha abertamente declarado que o chanceler deva se retirar. O que o levou a tomar tal postura?

As razões principais desse movimento dizem respeito à atuação mais do que vacilante do ministro das Relações Exteriores na defesa dos interesses nacionais. Ernesto Araújo revelou-se um servidor despido de patriotismo, uma vez que suas ações — e omissões — colocaram em risco a credibilidade do país, a defesa de nossos interesses em áreas tão importantes e essenciais quanto a economia, a saúde e a segurança. Estamos assistindo a um crescente distanciamento da comunidade internacional em relação ao Brasil. Nossas opiniões deixaram de ser levadas em consideração — isso quando ainda temos a sorte de sermos ouvidos. Embora sejamos uma democracia vibrante, viramos o patinho feio das relações internacionais. Para ficarmos no exemplo mais recente desse alijamento, cito a investida do ministro Araújo contra a OMS (Organização Mundial da Saúde), feita por meio de um artigo paranoico e cheio de teorias conspiratórias, justamente em um momento no qual as nações precisam estreitar laços e ampliar a cooperação. Repito o que mencionei na nota que assinei com o presidente do meu partido, Roberto Freire: Ernesto Araújo deveria dedicar seu tempo a adensar negociações internacionais para a aquisição de equipamentos médicos, a compra de testes confiáveis de detecção do coronavírus ou o compartilhamento das melhores práticas na contenção da doença, e não ir na contramão do mundo civilizado.

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