Lançamento do documento nesta quarta-feira (04) na Câmara dos Deputados contou com a presença de representantes dos movimentos Livres, Acredito, Agora! e do RenovaBR, escola de formação política
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, apresentou nesta quarta-feira (04), na Câmara dos Deputados, o “Manifesto em Defesa da Liberdade”, que trata de novas formas de militância e da ressignificação da atuação dos partidos políticos e dos movimentos da sociedade civil (veja abaixo o documento e o vídeo do ato).
O evento contou com a participação dos líderes do partido na Câmara, deputado federal Daniel Coelho (PE), e no Senado, Eliziane Gama (MA), deputados e senadores também da legenda e de representantes de movimentos de renovação Livres, Acredito, Agora! e do RenovaBR, escola de formação política.
Segundo Freire, a nova formação política não contempla apenas as agremiações políticas.
“É partido e movimentos cívicos e sociais, algo que ainda não está devidamente organizado e estruturado, mas que está em processo”, disse.
Para o presidente do Cidadania, a sociedade da inteligência artificial “está exigindo de todos a capacidade de ser contemporâneo do futuro, e aquele que não for, mais rapidamente poderá desaparecer”.
“Colocamo-nos frontalmente contrários a toda e qualquer medida que vise tolher a atuação dos movimentos cívicos no Brasil. Os partidos que adotam essa postura restritiva, ao nosso ver, não estão entendendo o novo espírito do tempo e servem, nesse caso, a projetos de poder ultrapassados”, afirmou Freire, lembrando que o Cidadania modificou o próprio estatuto e programa para abrir-se à participação da sociedade civil e fortalecer a democracia interna.
Partido aberto
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que o Cidadania é um partido aberto para a sociedade e não se preocupa com reserva de poder.
“Precisamos aglutinar as pessoas que não acreditam mais na velha política. Mas precisam compreender que a política é a única forma real de resolver os problemas da sociedade. Não existe alternativa real à democracia. O Brasil não aceita mais um retorno ao autoritarismo, à ditadura, que são incompatíveis com a vida civilizada, com o progressismo, com o respeito ao cidadão”, discursou o senador, ao avaliar que os partidos, em sua maioria envelheceram.
“Transformam-se em blocos monolíticos, de concentração de poder”, disse Alessandro Vieira, que integra o movimento Acredito e participou da escola de formação do RenovaBR.
A senadora Eliziane Gama ressaltou que a integração do partido com os movimentos é uma nova forma de se fazer política no País.
“O Cidadania é parte dessa forma nova de ver as coisas. Tem o seu programa, mas se abre a novas colaborações, a grupos verdadeiros que querem a mudança do País e da sua gente. Ideias que podem até se chocar em alguns pontos e aspectos, mas que se juntam em um esforço conjunto pautado pelo debate, pela tolerância e pelo diálogo”, disse a líder do partido no Senado.
O deputado federal Daniel Coelho disse no ato que os movimentos cívicos integrantes do Cidadania serão respeitados na sua autonomia e terão espaço para disputar as elições municipais do próximo ano.
“Hoje fica esse marco por meio desse manifesto deixando público à sociedade brasileira de que aqueles que vierem dos movimentos, para disputar a eleição nas Prefeituras e Câmaras de Vereadores [pelo Cidadania], que nenhum deles será tolido das sua posições, convicções e bandeiras”, afirmou.
Também participaram do lançamento do manifesto, no Salão Verde da Câmara, Irina Bullara, do RenovaBR; Paulo Gontijo, do Livres; e Alessandra Monteiro, do Acredito.
“Manifesto em defesa da liberdade
O mundo está mudando. A revolução digital e o engajamento de novos atores na dinâmica política atual transformam as relações humanas e o mundo do trabalho. Nesse contexto, surgem novas formas de militância que estão ressignificando a atuação dos partidos e dos movimentos da sociedade civil. E, diante da pluralidade de novas demandas e bandeiras, se faz necessária a reflexão sobre o futuro que queremos para a nossa democracia.
Nós que fazemos o Cidadania entendemos que é necessário ampliar o esforço coletivo em busca do bem comum. Colocamo-nos frontalmente contrários a toda e qualquer medida que vise tolher a atuação dos movimentos cívicos no Brasil. Os partidos que adotam essa postura restritiva, ao nosso ver, não estão entendendo o novo espírito do tempo e servem, nesse caso, a projetos de poder ultrapassados.
Por isso, lançamos este breve manifesto coletivo em defesa da liberdade. O Cidadania recebe esses movimentos de braços abertos, sempre com profundo respeito à autonomia e independência dos movimentos. Da mesma forma, modificamos o nosso próprio estatuto e programa, oferecendo uma importante abertura à participação da sociedade civil. Assim, deixamos claro que estamos preocupados com o fortalecimento da nossa democracia interna, para que a nossa existência permaneça no lugar de vanguarda.
É hora de unir forças para que tenhamos um Brasil mais eficiente e próspero. Um Brasil que esteja em sintonia com a modernidade, para reencontrar o caminho do desenvolvimento político, social e ambiental. Um Brasil que saiba superar os seus problemas históricos com coragem e responsabilidade e que não sirva a projetos personalistas e atrasados. Queremos um País menos aparelhado e burocrático, que possa mudar de vez essa cultura paternalista que ainda define nossa identidade política. Nós sabemos que isso é possível. Porque há muita gente com vontade de fazer diferente, de mãos dadas e apostando em diálogos abertos.
Brasília, 04 de Dezembro de 2019
Roberto Freire
Presidente nacional do Cidadania
Eliziane Gama
Líder do Cidadania no Senado
Daniel Coelho
Líder do Cidadania na Câmara dos Deputados”