O racismo institucional na saúde pública tem de ser combatido, alerta Carmen Zanotto

Pesquisa “SUS sem Racismo” aponta que as negras compõem 60% das vítimas da mortalidade materna no Brasil (Foto: Robson Gonçalves)

A deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC) chamou a atenção nesta terça-feira para a existência do racismo institucional na rede pública de saúde.

“As mulheres negras morrem mais porque não recebem o mesmo tratamento que é dispensado às mulheres brancas. Essa racismo institucional nos serviços de saúde provoca indignação e tem de ser combatido”, disse.

Presidente da subcomissão especial de assistência e saúde da população negra da Câmara dos Deputados duas Legislaturas atrás, quando o assunto foi debatido, Carmen afirmou que o problema permanece e é sentido de forma “cruel”, principalmente, pelas gestantes negras.

A fala de Carmen Zanotto aconteceu na Comissão de Seguridade Social e Família, após a realização da sessão solene realizada pela Câmara dos Deputados para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, que é celebrado em 20 de novembro.

A deputada catarinense pediu aos parlamentares do colegiado que ajudassem a combater o preconceito racial no país.

“Isso acontece porque se dedicam menos tempo e atenção a elas (as negras) nas instituições. Nós que somos parlamentares da área de saúde precisamos pensar formas de combater esse preconceito”, acrescentou.

A declaração de Carmen se baseou em dados da pesquisa “SUS sem Racismo”, que aponta que as mulheres negras costumam receber em média menos tempo de atendimento médico que mulheres brancas. As negras compõem 60% das vítimas da mortalidade materna no Brasil.

O estudo também revela que somente 27% das mulheres negras tiveram acompanhamento durante o parto, ao contrário dos 46,2% das mulheres brancas; e 62,5% das mulheres negras receberam orientações sobre a importância do aleitamento materno, preteridas em favor dos 77% das mulheres brancas.

Diversidade

Segundo Carmen Zanotto, se o Parlamento quiser aumentar a participação feminina na política, é preciso também lutar pela ampliação da diversidade.

“Acho que todos só teremos a ganhar com isso. Aprenderemos na convivência, nas audiências públicas. Assim, trabalharemos mais pela maioria dos brasileiros. Que tenhamos mais deputados trabalhando pela população negra e por todas as políticas públicas”, conclamou a parlamentar do Cidadania.

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