O líder do Cidadania na Câmara, deputado Daniel Coelho (PE), afirmou nesta sexta-feira (27) que o conteúdo da entrevista concedida pelo ex-procurador-geral da República é estarrecedor e revela que Rodrigo Janot prevaricou no exercício da função.
Em entrevista à revista “Veja” e ao jornal “O Estado de S. Paulo” (veja aqui), Janot confessa que esteve perto de dar um tiro no ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e que, na sequência, iria se matar. O ex-procurador também relatou que recebeu ofertas de políticos para paralisar as investigações contra estes. Citou o deputado federal Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB). Na entrevista, Rodrigo Janot diz não ter aceito os “agrados” .
“As declarações feitas pelo ex-chefe da PGR [Procuradoria-Geral da República] são uma confissão de prevaricação. Ele atesta ter participado, de ter sabido e ter sido proposto a ele crimes a serem cometidos por autoridades. E preferiu o silêncio para revela-los agora em um livro”, comentou o líder do Cidadania.
Daniel Coelho disse que a conduta de Rodrigo Janot foge do padrão que deve nortear a vida de uma autoridade pública de tamanha importância na República.
“Realmente é estarrecedor que isto seja considerado algo normal: alguém que ocupou um cargo tão importante na República brasileira ter ciência de todos estes fatos e não ter revelado nenhum deles, guardando-os para a posteridade e talvez para criar uma polêmica para um livro a ser publicado”, acrescentou.