Beneficiada pelos serviços e pela indústria, a criação de empregos com carteira assinada atingiu, em abril, o maior nível para o mês desde 2013. Segundo dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, 129.601 postos formais de trabalho foram criados no último mês. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.
O resultado surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um resultado positivo em torno das 80 mil vagas, e o próprio governo. Segundo dados do Caged, foi gerado um saldo de quase 130 mil novos empregos em abril, considerando admissões e demissões. É o melhor resultado dos últimos seis anos para o mês.
“O Caged de abril tradicionalmente é positivo. Todas as regiões do País registraram melhora no emprego em abril”, avaliou o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo.
No acumulado do primeiro quadrimestre de 2019, o saldo do Caged é positivo em 313.835 vagas. Em 12 meses até abril, o saldo é positivo em 477.896 postos de trabalho.
“A alta de quase 12% é bem superior ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) na comparação com abril de 2018, mas o Caged em 12 meses está em linha com evolução do PIB”, completou o secretário.
Mesmo assim, Dalcolmo reconheceu que a criação de vagas ainda não tem o ritmo de crescimento que o País e os trabalhadores precisam.
“Com aprovação das reformas no Congresso, mercado de trabalho reagirá e poderá atingir um ritmo de crescimento até superior ao da atividade”, completou.
Para o economista-chefe da Parallaxis, Rafael Leão, os dados do Caged de abril sugerem um segundo trimestre melhor do que o período de janeiro a março deste ano. No entanto, o resultado ficou abaixo do visto no pré-crise entre 2000 e 2013, quando a geração média para o mês era de 212 mil vagas.
“Abril é um mês bom e superou as estimativas, mas ainda está aquém do período antes da crise. De todo modo, criação de vagas é sempre uma boa notícia. Está tendo contratação”, avaliou.
Setores
Na divisão por ramos de atividade, todos os oito setores pesquisados criaram empregos formais em abril. O campeão foi o setor de serviços, com a abertura de 66.290 postos, seguido pela indústria de transformação (20.470 postos). Em terceiro lugar, vem a construção civil (14.067 postos).
O nível de emprego aumentou na agropecuária (13.907 postos); no comércio (12.291 postos), na administração pública (1.241 postos); nos serviços industriais de utilidade pública, categoria que engloba energia e saneamento (867 postos) e extrativismo mineral (454 postos).
Tradicionalmente, a geração de emprego é alta em abril, por causa do início das safras e do aquecimento da indústria e dos serviços.
Destaques
Nos serviços, a criação de empregos foi puxada pelos atendimentos médicos, odontológicos e veterinários, com a abertura de 20.589 postos formais; seguido pelo comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, com 13.023 vagas.
Na indústria de transformação, a criação de empregos foi impulsionada pela indústria de produtos alimentícios e de bebidas (9.884 postos); pela indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria (7.680 postos) e pela indústria têxtil (1.845 postos).
Regiões
Todas as regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em abril. O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 81.106 postos, seguido pelo Nordeste (15.593 vagas) e pelo Centro-Oeste (15.240 vagas), influenciado pela safra. O Sul criou 14.570 postos, e o Norte registrou 3.092 vagas a mais no mês passado.
Na divisão por estados, 23 unidades da Federação geraram empregos e quatro demitiram mais do que contrataram. As maiores variações positivas no saldo de emprego ocorreram em São Paulo (abertura de 50.168 postos), em Minas Gerais (22.348), no Paraná (10.653) e na Bahia (10.093). Os estados que registraram o fechamento de vagas formais foram Alagoas (-4.692 postos), Rio Grande do Sul (-2.498), Rio Grande do Norte (-501) e Pará (-25). (Com informações das agências de notícias)