O líder do Cidadania na Câmara, deputado federal Daniel Coelho (PE), criticou nesta sexta-feira (12) a postura do ex-ministro e candidato a presidente em 2018 Ciro Gomes (PDT). Após o governo Bolsonaro assinar o projeto de lei que dá autonomia ao Banco Central, o pedetista chegou a dizer que a medida pode “destruir a sustentação do povo brasileiro”. Na visão do deputado, no entanto, é a manutenção da instituição “nas mãos dos políticos” que causa prejuízos ao País.
A afirmação de Ciro foi feita nesta quinta-feira (11), na sede nacional do PDT, em Brasília, logo após o presidente Jair Bolsonaro anunciar a medida, em solenidade no Palácio do Planalto.
“Se começar a privatizar os dois últimos bancos públicos e entregar o Banco Central ao predomínio do sistema financeiro, simplesmente se está destruindo a sustentação do povo brasileiro. Isso é daqueles casos de a gente ir para a rua e quebrar tudo”, afirmou Ciro.
Já na visão de Daniel Coelho, o controle do banco por parte do poder público serve “para fazer populismo” em ano de eleição.
“Bom é o Banco Central na mão dos políticos para fazer populismo em ano de eleição! Quando Marina [Silva] fez essa proposta em 2014, também foi duramente atacada pelos velhacos. Parece ser uma regra desse time: ‘se funciona no mundo democrático, não façam por aqui, vai que dá certo também’”, escreveu o líder do Cidadania em sua conta no Twitter.
Segundo especialistas, a autonomia deve favorecer a redução da taxa de juros do Brasil e aumentar a capacidade de planejamento dos investidores. José Julio Senna, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), que já foi diretor do Banco Central, é um dos que pensam dessa forma. Em sua tese, a medida reduzirá as chances de mudanças na política monetária do País, diminuindo a sensação de risco.