Procedimento será remetido agora para deliberação do Diretório Estadual de São Paulo
O Conselho de Ética Nacional do Cidadania reafirmou parecer da relatora Mariete Paiva e a recomendação à Executiva Nacional do partido pela expulsão do deputado estadual Fernando Cury (SP), flagrado pelas câmeras da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) apalpando a colega Isa Penna (PSol) em plenário. Essa já havia sido a recomendação tomada em janeiro, quando o parlamentar conseguiu adiar a definição na Justiça, com um pedido de oitiva de testemunhas e remarcação de sua sustentação oral.
A decisão de manter o parecer e a recomendação ocorre após o parlamentar tentar novamente suspender a reunião desta terça-feira (15) em que seriam realizadas as oitivas dele e, desta vez, das oito testemunhas arroladas pela defesa. A Justiça negou o pedido, entendido pelo Conselho de Ética como mera medida protelatória. Mais uma vez, Cury não compareceu. Nenhuma das testemunhas também.
“Enviamos as notificações tempestivamente. Tanto foram recebidas em tempo hábil, que serviram à tentativa de adiamento. Está claro para este conselho que a intenção é, na verdade, impedir a deliberação até a janela partidária. Nós não podemos nos pautar pelo timing político do deputado”, explicou Alisson Micoski, presidente do colegiado.
Uma vez recebidos pela Executiva Nacional, a quem coube a instrução do processo, o parecer e a recomendação serão remetidos para deliberação do Diretório Estadual, com cópia para Cury e seus advogados, conforme estabelecido pela Justiça e pelo Código de Ética do partido. O Diretório Estadual estabelecerá os prazos para análise.
“Nosso entendimento é de que não há lugar para alguém com esse tipo de atitude – a deputada foi claramente importunada – nas hostes do Cidadania. O comportamento desviante foi inclusive punido pela Alesp. Mesmo com testemunhas favoráveis e com a acolhida para a sustentação oral, ele se recusou a fazer a defesa. Talvez porque não tenha como se defender. As imagens falam por si”, avalia Micoski.