Comissão deve votar ainda outros requerimentos do senador, entre eles a reconvocação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuelo (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), protocolou na CPI da Pandemia requerimentos para convocação de dez governadores e sete prefeitos de capitais alvo de operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para investigar eventual uso irregular de recursos destinados ao combate à pandemia.
Os pedidos propõem a convocação dos governadores do Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins e dos prefeitos de Aracaju, Fortaleza, Macapá, Recife, Rio Branco, São Luís e São Paulo.
A expectativa é que os requerimentos de convocação sejam apreciados nesta quarta-feira (26) pela CPI.
A comissão apura possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus, e o repasse de recursos a estados e municípios.
Reconvocação de Pazuello
A comissão deve votar também pedido de Alessando Vieira de reconvocação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Na solicitação, o parlamentar afirma que o depoimento do general à CPI ‘foi permeado por diversas contradições, verificadas no cotejo com documentos e informações disponibilizados à CPI e mesmo publicamente divulgados’.
O senador apresentou ainda requerimento de convocação do advogado Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República, para prestar esclarecimentos sobre a existência de um “gabinete paralelo” de aconselhamento do presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.
“As orientações deste grupo foram contrárias ao consenso técnico global e causaram prováveis prejuízos à saúde pública”, escreveu na rede social.
A médica infectologista Luana Araújo, anunciada recentemente para o cargo de secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, também é alvo de pedido de convocação de Alessandro Vieira na CPI da Pandemia.
Ela ocupou o cargo apenas dez dias. No último sábado (22), o Ministério da Saúde informou que Luana Araújo não estará mais na função.
Segundo o senador do Cidadania, a convocação da médica é necessária ‘para que seja possível esclarecer as razões que a levaram a pedir exoneração do cargo após apenas uma semana de trabalho’.
“Me parece que a posição técnica dela está alinhada com o consenso científico que a gente tem no mundo que vai contra essas teses de aplicação de remédios sem eficácia comprovada. Eu não sei como isso se adaptou ao funcionamento do Ministério da Saúde, uma vez que o histórico é de ter profissionais que não admitem esse tipo de consenso científico e tentam inovar alinhando ao interesse político do presidente da República”, disse Alessandro Vieira.