Líder do Cidadania no Senado pediu também a convocação do advogado Arthur Weintraub e da infectologista Luana Araújo (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), protocolou na CPI da Pandemia na última sexta-feira (21) pedido de reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na solicitação, o parlamentar afirma que o depoimento do general à comissão semana passada ‘foi permeado por diversas contradições, verificadas no cotejo com documentos e informações disponibilizados à CPI e mesmo publicamente divulgados’.
O requerimento de convocação deverá ser votado nesta quarta-feira (26). O depoimento de Pazuello à CPI foi marcado por mentiras e tentativa de blindar o presidente Jair Bolsonaro.
Alessandro Vieira também apresentou requerimento de convocação do advogado Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República, para prestar esclarecimentos sobre a existência de um “gabinete paralelo” de aconselhamento do presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.
Em discurso de agosto de 2020 no Palácio do Planalto e em lives nas redes sociais, Weintraub deu indicações de que pode ter coordenado o grupo, que teria influenciado decisões do governo no combate à doença. Arthur é irmão do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.
No pedido, Alessandro Vieira destacou a necessidade de ‘esclarecer a potencial condição de participante ou coordenador de um estrutura extraoficial de assessoramento do presidente da República no combate à pandemia’.
“As orientações deste grupo foram contrárias ao consenso técnico global e causaram prováveis prejuízos à saúde pública”, escreveu na rede social.
A médica infectologista Luana Araújo, anunciada recentemente para o cargo de secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, também é alvo de pedido de convocação de Alessandro Vieira na CPI da Pandemia.
Ela ocupou o cargo apenas dez dias. No sábado (22), o Ministério da Saúde informou que Luana Araújo não estará mais na função.
Segundo o senador do Cidadania, a convocação da médica é necessária ‘para que seja possível esclarecer as razões que a levaram a pedir exoneração do cargo após apenas uma semana de trabalho’.
“Me parece que a posição técnica dela está alinhada com o consenso científico que a gente tem no mundo que vai contra essas teses de aplicação de remédios sem eficácia comprovada. Eu não sei como isso se adaptou ao funcionamento do Ministério da Saúde, uma vez que o histórico é de ter profissionais que não admitem esse tipo de consenso científico e tentam inovar alinhando ao interesse político do presidente da República”, declarou o senador.