‘A vacinação é o procedimento mais eficaz para a contenção da doença’, afirmam senadores no documento (Foto: William Borgmann)
Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) subscreveram moção (veja abaixo) de apelo internacional chamando a atenção do mundo para a necessidade de o Brasil obter vacinas contra a Covid-19. Assinado por 65 parlamentares até o momento, o documento deve ser votado nesta semana pelo Senado.
Se for aprovada, a moção será encaminhada a todos os países membros do G20, organismos da Organização das Nações Unidas, especialmente a OMS (Organização Mundial da Saúde), países da OCDE, parlamentos europeu e inglês e Congresso americano, além de embaixadores do Brasil no mundo, embaixadores estrangeiros no Brasil, empresas produtoras de vacinas, todos os presidentes das comissões de Relações Internacionais dos principais países e imprensa nacional e internacional.
“A aceleração dos números da Covid-19 nesse momento é consequência da baixa adesão do Brasil ás medidas protetivas (como o uso de mascaras, a não ocorrência de aglomerações e a não adoção de medidas de higiene pessoal), também resulta do surgimento de novas variantes da Covid-19 (variante AP1 principalmente – mais transmissível) e também da falta de um programa célere e adequado de imunização que poderia ter contido o recrudescimento da doença”, afirma trecho do documento .
Ainda de acordo com o texto, ‘a vacinação é o procedimento mais eficaz para a contenção da doença’.
“Enquanto o Brasil não avançar no plano de imunização contra a Covid-19, medidas emergenciais como lockdown, toque de recolher e a busca incessante pelo aumento de recursos para atendimento aos pacientes serão necessárias, porém nem sempre efetivas”, alertam os 65 senadores que assinaram a moção.
“MOÇÃO DE APELO À COMUNIDADE INTERNACIONAL
No momento em que a sombra nefasta da morte paira sobre milhões de brasileiros, e que novas formas do vírus da Covid 19 se tornam uma assustadora ameaça global, apelamos à comunidade internacional.
O Brasil se tornou o epicentro mundial da pandemia. Dados confirmados pela OMS mostram que superamos nesta semana a alarmante média móvel de 72 mil novos casos e mais de 2 mil óbitos por dia.
O país reclama atenção emergencial do mundo. Nosso ritmo de imunização é insuficiente para conter a propagação da doença. Até o momento, menos de 5% dos 210 milhões de brasileiros foram vacinados. Dependemos de vacinas e insumos farmacêuticos ativos (IFA) importados, que chegam em ritmo lento, se comparado ao desafio posto pela segunda e devastadora onda da pandemia no Brasil.
Nesta crise sanitária sem precedentes que atinge o mundo, barreiras fronteiriças não nos podem proteger da propagação do vírus e do surgimento de possíveis variantes. A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população.
Semelhante situação impõe ao Senado Federal a tarefa de fazer aos demais países um doloroso alerta: o avanço da pandemia no Brasil representa risco real para o mundo.
Deixar que o povo brasileiro continue a morrer sem vacinas significa uma agressão a todas as tradições humanas. É o oposto de tudo o que a civilização representa. Destrói os princípios de convivência humana. Impõe o medo e compromete a tranquilidade e segurança de todos os países.
Em todos os momentos dramáticos da história do mundo o Brasil deu sua contribuição. Agora, precisamos contar com a comunidade internacional, em especial dos países produtores de vacinas, bem como dos detentores de estoques estratégicos da mesma.
A ordem internacional pode mostrar que é capaz de enfrentar os desafios com uma visão grandiosa, baseada na paz, na solidariedade, na tolerância, e na razão que é a matriz de todo o direito. Só assim vamos seguir adiante com o fortalecimento de uma consciência de cidadania planetária, alicerçada em valores universais.
Senado Federal
República Federativa do Brasil”