Freire: racha e aproximação com Bolsonaro afastam DEM de articulação pró-Huck

Presidente do Cidadania diz que apresentador está na oposição e se decidir se candidatar se apresentará como alternativa à polarização

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou nesta quinta-feira (4), em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que o racha no DEM, opondo grupos favoráveis e contrários à eleição de Arthur Lira para a presidência da Câmara, liderados respectivamente por ACM Neto e Rodrigo Maia, mexeu com a articulação em torno da eventual candidatura de Luciano Huck à presidência da República.

Freire sinalizou que, ao aproximar o DEM do presidente Jair Bolsonaro, ACM Neto inviabilizou a presença do partido na construção de um projeto alternativo à polarização e observou que será preciso rearranjar a articulação. Ele avaliou, contudo, que Rodrigo Maia seguirá, seja em que partido estiver, integrando essa frente.

“O DEM, com essa postura que adotou, você pode até admitir que ele tenha uma relação com Bolsonaro. E nós somos oposição a Bolsonaro. E Huck é. Temos que discutir e Rodrigo Maia estará nessa articulação. Agora, para onde ele vai, se permanece ou não, é com ele mesmo. Ele tem várias alternativas”, analisou o presidente do Cidadania, que pode ser um dos destinos de Maia, caso deixe mesmo o partido.

Freire também avaliou que o PSDB precisará rediscutir a formação de uma candidatura de centro diante da divisão interna que levou uma parcela do partido a votar em Lira. “Tem que dar tempo ao tempo para ver. Vai ter que refazer alguns contatos, algumas articulações. Mas não vamos ficar imaginando que seja bicho de sete cabeças e que acabou. Agora, a oposição a Bolsonaro tem que dizer: “Temos que continuar a luta pelo impeachment”, sustentou.

Impeachment

Ele defendeu que a oposição continue atuando em várias frentes e siga na construção da candidatura de Huck ao mesmo tempo em que se discute o combate à pandemia, a aquisição de vacinas, a crise econômica e a possibilidade de afastamento de Bolsonaro, que ele vê como alternativa cada vez mais real. O ex-parlamentar argumentou que já há setores avaliando que “é melhor encerrar esse governo do Bolsonaro do que continuarmos com ele” porque os prejuízos de sua permanência para a sociedade seriam muito maiores.

Mas ponderou que eventual impeachment passa ainda pela abertura de uma CPI pra investigar a omissão do governo Bolsonaro na pandemia e pela emergência do vice como perspectiva de poder na sociedade.

“Só há impeachment quando a sociedade começa a ter o sentimento de que é melhor parar o governo. E qual o sentimento que foi transmitido para essa nova geração que está no País? Se a gente tivesse tido desastres nos governos Itamar e Temer, talvez não estivéssemos hoje pensando que é melhor deixar um vice assumir no lugar de um governo irresponsável, negacionista e charlatão”, comparou.

Leia a íntegra da entrevista no link abaixo:

Vitória de Lira atrapalha construção de alternativa de centro para 2022, diz presidente do Cidadania

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