“O novo valor estipulado ainda não atende as necessidades básicas de uma família brasileira”, afirma a senadora (Foto: Pedro França/Agência Senado)
A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), criticou a política de reajuste anual do salário mínimo que leva em consideração apenas a reposição da inflação do ano anterior. Para ela, a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) também deveria entrar no cálculo para garantir aumentos reais do piso aos trabalhadores.
A partir da última sexta-feira (1º), o salário mínimo passou a valer R$ 1,1 mil com a edição pelo governo da Medida Provisória 1021/2020 que ainda precisa ser votada pelo Congresso Nacional. No ano passado, o mínimo estava em R$ 1.045 e o reajuste em relação a 2020 ficou em 5,26%.
“O novo valor estipulado para o salário mínimo ainda não atende as necessidades básicas de uma família brasileira. Para que todo o ano o trabalhador não fique dependendo da boa vontade do presidente da República, precisamos ter uma política para um salário mínimo estável e que garanta a preservação do poder aquisitivo da família, e ao mesmo tempo o aumento real, conforme o crescimento do PIB”, defendeu Eliziane Gama.
O atual valor do piso levou em consideração o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de janeiro a novembro e a variação estimada do mercado financeiro para o índice em dezembro de 2020. Como o INPC de dezembro só vai ser divulgado no dia 12 deste mês, os R$ 1.100 previsto na MP ainda poderá ser corrigido outra vez.
Para Eliziane Gama, a variação do crescimento econômico apurado no ano anterior ao reajuste para compor o valor do mínimo é uma questão de justiça social.
“Isso é possível e já foi praticado no País quando tivemos aumentos reais do salário mínimo”. lembra a senadora.