O Diversidade 23, com apoio do ex-senador Cristovam Buarque (DF) e colaboração da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), publicou, nesta terça-feira (22), artigo sobre os problemas enfrentados pelo público LGBT no mercado de trabalho brasileiro intitulado de “Observatório Sobre a Empregabilidade LGBT”.
Segundo o idealizador da proposta, o psicanalista e coordenador do Diversidade 23, Eliseu Neto, a pesquisa, inédita no País, aponta as principais dificuldades vivenciadas por esse público no mercado e ambiente de trabalho. A pesquisa reforça ainda a necessidade de mudanças profundas na sociedade para reverter uma injustiça que atinge milhares de brasileiros (as).
“Esse estudo é muito importante para mostrar às pessoas os problemas enfrentados pelo público LGBT nas questões do trabalho. Essa pesquisa se mostra ainda mais importante quando quase não temos estudos sobre a questão LGBT como um todo no Brasil. Hoje não temos um número realmente oficial sobre o número de mortes e um censo referente aos LGBTs. Ainda temos a situação preocupante da completa exclusão social de travestis. Isso tudo precisa ser analisado por todos nós e é o que buscamos com esse material”, defendeu.
O Observatório
De acordo com o artigo, pesquisa realizada com mais de mil profissionais LGBT e heterossexuais no País revelaram que metade dos que se declararam gays assumiram sua orientação sexual no ambiente de trabalho. Desse mesmo total, cerca de 35% alegaram terem sofrido algum tipo de discriminação sexual. Outros 25% decidiram não assumir a orientação sexual sendo que desse percentual, 32% optaram não revelarem sua escolha por receios de represálias.
Outro dando preocupante revela que 33% dos heterossexuais pesquisados afirmam terem presenciado algum tipo de discriminação com algum profissional LGBT no ambiente de trabalho. Desse total, 17% revelaram que o episódio teria ocorrido nos últimos seis meses anteriores à entrevista.
Já outro estudo utilizado no artigo, aponta que 82% dos entrevistados LGBT destacam a existência de um longo caminho para que as empresas os acolham melhor enquanto, por outro lado, apenas 38% dos heterossexuais afirmam que colegas LGBTs se sentem devidamente acolhidos no trabalho.
Aos serem questionados sobre o atual governo, 64% dos entrevistados LGBT afirmaram que a atual gestão não se preocupa com a diversidade no Brasil. Além disso, para 67% a promoção de igualdade entre gêneros é uma responsabilidade governamental. Em relação a homofobia, 76% dos pesquisados afirmaram que o Brasil é uma País homofóbico.