Corrupção no Rio: envolvimento de Witzel e da linha sucessória aponta para novas eleições, diz Calero

Para Freire, rio de lama – e não o Jordão – uniu governador do Rio e Jair Bolsonaro, agora desafetos, mas batizados pelo mesmo pastor Everaldo, preso hoje

Com o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do cargo e o vice-governador Cláudio Castro e o presidente da Assembleia Legislativa André Ceciliano envolvidos nas acusações de corrupção na Saúde, o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) afirmou nesta sexta-feira (28) que o melhor caminho para tentar solucionar a grave crise política no Estado são novas eleições.

“Apenas novas eleições darão o mínimo de governabilidade – e dignidade – ao Estado do Rio de Janeiro, lembrando que, se os cargos de governador e vice ficarem vagos a partir de janeiro de 2021, a decisão cabe à Alerj”, alertou ele, em seu perfil no Twitter, ao lamentar que os cidadãos fluminenses tenham de assistirá a mais um chefe do Executivo afastado.

“A cúpula do poder mais uma vez na mira da Polícia Federal. Políticos investigados por esquemas de corrupção na saúde, em plena pandemia. Um sujeito eleito com o discurso da moralidade, É lamentável e triste, mas parece que no Estado do Rio de Janeiro vivemos em looping eterno”, apontou.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, ponderou que, segundo notícias que já circulam, o vice Cláudio Castro teria se encontrado com o clã Bolsonaro, em Brasília. A suspeita, diz a imprensa, é de que o presidente estaria interessado na nomeação do novo Procurador-Geral de Justiça do Rio, que chefia o Ministério Público do Estado, responsável pelas investigações envolvendo Flávio Bolsonaro.

“A ver se essas informações se confirmam, mas a suspeita de interferência e uso do aparato estatal para acelerar a queda do governador com interesses igualmente escusos é gravíssima. Se o vice conseguir se segurar, será preciso ficar de olho nas decisões que vier a tomar envolvendo a PGJ e a Polícia Civil”, argumentou.

Rio de lama

Ele lembrou que Witzel era até outro dia amigo do presidente Jair Bolsonaro, proximidade que ajudou na eleição aliada a “um moralismo tosco e travestido de nova política”. “Pra fazer igual, senão pior do que antes, no meio de uma pandemia, até mesmo evolvendo a mulher”, criticou.

Freire alertou para a celeridade incomum com que o processo tramitou após o governador e o presidente virarem desafetos e lembrou a interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal – pra proteger familiares, amigos e ele próprio –  e sua influência sobre Augusto Aras, procurador-geral da República.

“O Superior Tribunal de Justiça mandou pra casa Queiroz e Márcia – casal de amigos do presidente que ainda não explicou os cheques de R$ 89 mil pra Michelle, a primeira-dama. Agora, afasta o governador Witzel, batizado, como Bolsonaro, por Pastor Everaldo. O Jordão não une eles e sim um rio de lama”, disse, ao apontar duas decisões de interesse do presidente na Corte.

Por fim, o ex-parlamentar observou que a decisão monocrática de afastar Witzel gera tanta desconfiança quanto as ações do governador à frente do Estado durante a pandemia. “É um exagero que a decisão de afastar um governador de Estado seja tomada por um único ministro, sem levá-la, pela gravidade que tem, para análise dos colegas”, ponderou.

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