Em live do Cidadania-AL, Cristovam Buarque defende criação de Fundeb permanente

O ex-governador e ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania-DF) afirmou nesta quarta-feira (8) que o cenário para a Educação brasileira é preocupante e defendeu a criação de um processo de recuperação de escolas, professores e alunos, além de uma política de longo prazo para o sistema educacional brasileiro. Ele pediu que os parlamentares transformem o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) em política permanente.

“Temos que aprovar no Congresso Nacional o Fundeb permanente. O Fundo por si só não resolve, mas sem ele será um desastre. Veremos prefeitos fechando escolas. Precisamos também, apesar de tudo, pensar em um projeto de longo prazo. Definir uma estratégia não apenas para sanar a crise causada pela pandemia, mas para darmos um salto de qualidade. Para que, daqui a 30 anos, tenhamos escolas realmente boas”, defendeu. 

As declarações foram feitas ao ex-presidente da OAB de Arapiraca-AL e pré-candidato do Cidadania a prefeito da cidade alagoana, Hector Martins. Ao concordar com Buarque, Martins disse que o cenário da educação nacional já estava “atrofiado” mesmo antes da pandemia. Para ele, muitas escolas já não conseguiam desenvolver atividades adequadas por falta de estrutura e estão ainda mais despreparadas para a nova realidade, presas ainda a quadro e giz. 

Ele criticou as gestões municipais passadas de Arapiraca, que, em sua avaliação, focaram apenas na estrutura física e deixaram de equipar as unidades de ensino e aperfeiçoar o corpo docente.

“Aqui se esquece do próprio aluno e dos profissionais que interagem com eles e estão inseridos no contexto da escola. Já temos dois anos que esses profissionais não recebem reajuste salarial. Muitos tentam se reinventar sem o suporte do Poder Público e veêm desmotivados. A nossa Educação aqui ainda é muito precária. Precisamos de um olhar humano para tocar a alma dos professores e alunos ou não conseguiremos entrar no século 21”, sustentou. 

Em resposta, Cristovam Buarque defendeu a federalização do ensino fundamental do País como forma de solucionar os problemas enfrentados pelas cidades brasileiras. Segundo ele, a questão não é apenas falta de recursos, mas de falta de vontade política. 

“Não se faz educação em curto prazo. É preciso estar disposto a realocar recursos para isso. Se a ideia surge, pobres, ricos e políticos embarcam. Tecnicamente é fácil resolver. Não é falta de dinheiro em si e sim de gente. Então minha ideia é fazer uma estratégia para que possamos ir federalizando aos poucos e não ao mesmo tempo. Cada ano um pouquinho”, propôs.

Cristovam ponderou que não adianta culpar apenas o presidente e os políticos se a própria sociedade não estabelece o ensino de qualidade como prioritário. “O eleitor não vota em quem fala de estratégia de 20 anos para a Educação e muito menos tem vontade de tirar dinheiro de um lugar para colocar nessa área. Infelizmente, não é prioridade da sociedade”, concluiu.

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