Roberto Freire: Carlos Alberto Decotelli deveria recusar MEC para preservar o que resta da biografia

Ninguém passa por esse governo impunemente, avalia o presidente do Cidadania, para quem tentativa de explicação do indicado de Bolsonaro foi “inacreditável”

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou nesta segunda-feira (29) que Carlos Alberto Decotelli deveria tentar preservar o que resta da biografia e abrir mão da indicação para o Ministério da Educação. A posse ocorreria nesta terça-feira, mas foi adiada. Em entrevista, ele disse que permanecerá no cargo, tentou explicar, sem sucesso, as falhas no preenchimento do currículo e ainda sugeriu que pode estar sendo vítima de preconceito.

“Inacreditável a entrevista de Decotelli, nome de Bolsonaro pra Educação. Vergonha alheia. Enxovalha ainda mais sua biografia e usa o racismo abjeto, que existe, é real, como escudo pros erros que cometeu. Dois erros não fazem um acerto, ministro. Peça desculpas e peça pra sair”, aconselhou Freire.

Apresentado como contraponto à desastrosa gestão de Abraham Weintraub, o professor viu seu currículo ser desmentido e questionado pelas universidades Nacional de Rosario, na Argentina, cujo reitor negou que ele tivesse obtido o título, e Wuppertal, que também nega que ele tenha concluído pós-doutorado na instituição. Ele ainda enfrenta suspeita de plágio na dissertação de mestrado.

“Decotelli contou com boa vontade ao assumir o MEC em razão da tragédia Weintraub. Contra a desconfiança, Bolsonaro destacou o currículo, agora desmentido pelas universidades por onde teria passado. Sua biografia derrete em público. Ninguém passa por essa gestão impunemente”, destacou Freire, ao comentar a indicação de Jair Bolsonaro para o posto.

O presidente do Cidadania ainda ironizou o fato de que, em um governo tão ligado às fake news e com tanto desprezo pela inteligência, um ministro da Educação esteja em dificuldades pelas inúmeras inconsistências em seu currículo.

“O adiamento da posse de Decotelli é fruto do seu falso currículo que foi destacado por Bolsonaro como contraponto à tragédia Weintraub. Plágio no mestrado, doutorado de mentirinha e agora pós-doutorado inexistente. Algo tragicômico: currículo fake news feito e veiculado por Bolsonaro”, destacou.

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