Freire e Jardim condenam liberação irrestrita de cloroquina pra tratar Covid-19

Após queda de dois ministros que se recusaram a mudar protocolo para medicamento sem eficácia comprovada para a doença, Ministério da Saúde recomenda uso mesmo em casos leves

O presidente Nacional do Cidadania, Roberto Freire, criticou duramente nesta quarta-feira (20) a alteração nos protocolos do Ministério da Saúde que regulam a administração de cloroquina no sistema público como tratamento para Covid-19. Não há comprovação científica de que o medicamento tenha ação contra o novo coronavírus e seu uso pode resultar em problemas no coração e morte.

Crime de responsabilidade

Para Freire, a medida assinada pelo ministro interino, general Eduardo Pazuello, é um “atestado de politicagem na Saúde” e põe “vidas em risco”.

“Colocado lá pra substituir dois médicos, um general que não é médico, assessorado por nove militares que não são médicos, liberou o uso irrestrito de cloroquina, sem base científica comprovada pra Covid-19. Vidas em em risco e atestado de politicagem na Saúde”, censurou.

Diferentemente de outras portarias, a que trata do assunto não traz a assinatura de nenhum médico. Uma das hipóteses levantadas pelo presidente do Cidadania é a necessidade de “zerar o estoque do Exército”, obrigado por Bolsonaro a aumentar a produção do medicamento, que só tem respaldo científico para tratar malária e algumas doenças autoimunes como lúpus.

Na avaliação do líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), é preciso apurar crime de responsabilidade.

“Nós estamos falando de vida, de sobrevivência. A irresponsabilidade é flagrante quando o presidente insiste numa tese que não tem amparo científico, força uma situação para que o ministro interino faça o que outros se recusaram a fazer. O presidente incide em crime de responsabilidade e nós queremos apurar isso”, disse.

Jardim lamentou que, em meio à pandemia, que já matou 18 mil brasileiros, o ministério não esteja sendo dirigido por um médico. “Uma pessoa que pode ter as melhores e boas intenções, mas que, certamente, não é do ramo. E nós precisamos da ciência. Precisamos de seriedade e consistência em cada um dos passos dados. Nós estamos falando de vida”, reiterou.

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