Em manifestação neste domingo, em Brasília, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, claque do presidente agrediu jornalistas do Estadão; ontem, também ameaçaram enfermeiras que pediam melhores condições de trabalho
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, criticou os atos praticados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que, neste domingo (3), se aglomeraram em frente ao Palácio do Planalto para pedir o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Durante a manifestação, profissionais do jornal O Estado de São Paulo foram agredidos.
“Inadmissível a agressão sofrida por jornalistas. Em qualquer data, mas especialmente quando se celebra o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Sinal de tempos bárbaros incentivados por um líder autoritário e obscurantista. É preciso enfrentar e estancar essa seita do ódio”, disse o ex-parlamentar.
A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), também mostrou indignação pelos atos.
“Em pleno Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, bolsonaristas agridem fisicamente repórteres em Brasília e o presidente ataca a mídia. Uma vergonha para a Nação, que se construiu na luta pela liberdade. O arbítrio não pode ter vez entre nós, os que verdadeiramente amam o Brasil”, disse.
Para Roberto Freire, além de desrespeitar o isolamento social e normas sanitárias, o presidente Jair Bolsonaro ameaça a democracia. Ele cobrou união em defesa das instituições. “No momento em que se percebe uma escalada golpista de Bolsonaro, cabe aos democratas brasileiros se unirem na defesa da Constituição e das instituições republicanas. Em especial, dando todo apoio ao STF, ao Congresso e à imprensa”, defendeu.
Na mesma linha, a senadora Eliziane Gama lamentou os constantes ataques perpetrados pelo presidente contra as instituições em um momento em que todas as atenções deveriam estar voltadas para o combate ao coronavírus. “Os verdadeiros cidadãos de bem estão esgotados de, em meio a luto e dor de milhares de famílias, ainda terem de lidar com um presidente que teima em fomentar a instabilidade institucional.
A senadora ainda repudiou as agressões verbais dirigidas ontem por bolsonaristas a enfermeiras que protestavam na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por melhores condições de trabalho.
“Agredir enfermeiras e profissionais da saúde, agredir jornalistas no dia da Liberdade de Imprensa, desrespeitar isolamento social, desrespeitar normas sanitárias que são consenso científico no mundo. Tais ações combinam com tudo, menos com cidadãos de bem”, afirmou.