Para investigar tanto os vícios da natureza humana quanto os fenômenos da natureza, Baruch Spinoza (1632-1677) procurava “não rir, não chorar, mas compreender”. Compreender, interpretar, sim; transformar, porém, é o que importa, completaria Karl Marx (1818-1883).
Cada geração de cada época histórica tem diante si problemas inéditos que produzem grandes acontecimentos qualitativamente transformadores que trazem consequências multifacetadas, incalculáveis e imprevisíveis em todas as dimensões da vida humana e da natureza.
E o gênero humano, ao confrontar-se com tais problemas, criou soluções que transformaram a realidade e forjaram princípios, métodos, ideias, códigos, procedimentos e valores que se tornaram um patrimônio imperecível legado às futuras gerações.
E a humanidade está diante de um grande e inédito problema. Já é difícil compreender a diferença entre Conoravírus, Novo Coronavírus, SARS-COV-2 e COVID-19, imagina então compreender o impacto da pandemia no futuro da história humana universal.
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias, ensina o Ministério da Saúde. Esse vírus tem vários tipos e o mais novo e temível, inicialmente chamado de “Novo Coronavírus”, foi descoberto em 31/12/19, na China.
Seu nome oficial foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recebeu a sigla em inglês SARS-COV-2, que significa: “Severe Acute Respiratory Syndrome – Conavirus 2″ ou, em tradução livre, “Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2”.
É este SARS-COV-2 que provoca a doença chamada de Coronavírus (COVID-19), palavra composta por CO (Corona), VI (Vírus), D (Doença) e 19 (ano que surgiu a doença).
Um salto na natureza pode durar milhares ou até milhões de anos, mas na história humana ele se dá às vezes num tempo infinitesimal e, dependendo de sua envergadura, provoca a abertura de uma nova época histórica onde tudo nunca mais será qualitativamente como antes.
Hoje a defesa da vida passa por deter a pandemia, achar a vacina contra o vírus e a cura da doença, que afetam a todos os povos, fazem eruptir todas as contradições nacionais e globais e colocam em xeque a totalidade do atual modo de vida humano.
Constituem desafios teórico-científicos e político-práticos que medirão o grau dos limites e possiblidades da consciência humana na superação do vírus apocalíptico e na promoção do reordenamento das relações produtivas e sociais da humanidade.
Não podemos nem devemos ser fatalistas. O inimigo global pode ser derrotado. A vida, salva! E a civilização humana, neste mundo íntegro e interdependente, construir um novo futuro, universalmente pacífico, democrático, humanista, justo, solidário, fraterno, desenvolvido, ambientalmente sustentável e tendo, por fim, a ciência e a natureza como seus eternos aliados. (Voz de Guarulhos – 02/04/2020)
Eduardo Rocha, economista