O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, e os líderes das bancadas do partido no Senado, Eliziane Gama (MA), e na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jardim (SP), divulgaram nota pública (veja abaixo) considerando “completamente equivocada e atentatória à democracia a defesa do adiamento das eleições municipais deste ano“.
De acordo com a legenda, os esforços agora devem ser voltados ao enfrentamento da grave crise sanitária e econômica provocada pela pandemia do Coronavírus.
“Esse debate não é apenas extemporâneo e fora de lugar, mas também suspeito”, diz a nota.
O documento ressalta ainda que “a maior preocupação do Cidadania hoje é com os trabalhadores informais que perderão seu sustento, os mais vulneráveis nas comunidades Brasil afora que não podem cumprir as recomendações de prevenção e isolamento”.
“Se, porventura, a crise perdurar no tempo e apontar a necessidade de suspender as eleições municipais, que se discuta, então, prazo e forma razoáveis para que se realizem com a devida segurança, sob liderança do ministro Luís Roberto Barroso”, propõe o Cidadania.
Nota à Imprensa
Brasília-DF, 23/03/2020
É completamente equivocada e atentatória à democracia a defesa do adiamento das eleições municipais deste ano. Em meio à mais grave crise que o mundo já enfrentou do ponto de vista sanitário e econômico, os esforços, em qualquer lugar do planeta, estão concentrados no enfrentamento à pandemia do coronavírus.
O Cidadania estranha que alguns estejam fazendo cálculos eleitorais enquanto o mundo conta mortos – já são mais de 12 mil, 25 deles no Brasil – e soma esforços para encontrar tratamento eficaz contra o vírus e saídas econômicas inventivas para diminuir o sofrimento da população.
Esse debate não é apenas extemporâneo e fora de lugar, mas também suspeito. Isso porque os que falam em adiar o processo eleitoral também articulam nos subterrâneos da República a possibilidade de adoção de Estado de Sítio e abrem a porta para prorrogação de mandatos num momento de flagrante insatisfação popular.
Toda e qualquer movimentação política deve ser concentrada no enfrentamento do Coronavírus e nas consequências que essa doença trará. Pensar em calendário eleitoral, cinco meses antes do pleito, demonstra que alguns não têm o sentido de urgência que a situação exige e estimulam desconfianças quando o momento pede equilíbrio total entre os Poderes.
A maior preocupação do Cidadania hoje é com os trabalhadores informais que perderão seu sustento, os mais vulneráveis nas comunidades Brasil afora que não podem cumprir as recomendações de prevenção e isolamento, a falta de testes para evitar a propagação da doença, o número de leitos e equipamentos para tratar os doentes e a necessidade de recursos extraordinários para fazer frente a esses desafios.
Se, porventura, a crise perdurar no tempo e apontar a necessidade de suspender as eleições municipais, que se discuta, então, prazo e forma razoáveis para que se realizem com a devida segurança, sob liderança do ministro Luís Roberto Barroso, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e terá a sabedoria necessária para nos conduzir nesse momento delicado.
Nos somamos, assim, ao esforço do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já se manifestou sobre o equívoco desta discussão, e pedimos que o governo se concentre na articulação e votação de uma série de propostas, muitas das quais apresentadas por nossos parlamentares, para ampliar as políticas sociais brasileiras e os investimentos em Saúde.
Que o momento desperte em nós, lideranças políticas e sociedade civil, os sentimentos de humanismo, solidariedade e unidade diante desta que é a mais grave ameaça à organização social brasileira da história recente.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania
Eliziane Gama
Líder do Cidadania no Senado Federal
Arnaldo Jardim
Líder do Cidadania na Câmara dos Deputados“