De acordo com o parlamentar, dos R$ 147 bilhões previstos no plano anunciado pelo Ministério da Economia, apenas R$ 10 bilhões serão injetados como fonte nova de recursos (Foto: Arnaldo Jardim)
O líder do Cidadania na Câmara, deputado federal Arnaldo Jardim (SP), explicou nesta terça-feira (17) que é muito baixo o percentual de recurso novo no primeiro pacote oficial de estímulos econômicos para fazer frente aos efeitos negativos do coronavirus sobre a economia brasileira.
De acordo com o parlamentar, dos R$ 147 bilhões previstos no plano anunciado pelo Ministério da Economia, apenas R$ 10 bilhões serão injetados como fonte nova de recursos.
O restante (R$ 137 bilhões) é praticamente um rearranjo do cronograma de pagamentos e de recebíveis União. Jardim cita como exemplo a antecipação do pagamento do abono natalino para os aposentados.
O dinheiro novo vem dos R$ 3 bilhões que entrarão em circulação com a ampliação do Bolsa Família. Outros R$ 5 bilhões são provenientes do crédito do Proger/FAT para micro e pequenos empresários. E, por último, a redução de 50% na contribuição do Sistema S injeta R$ 2,2 bilhões.
Para o líder do Cidadania, as medidas vêm tardiamente, colaboram timidamente para blindar a economia, mas não são suficientes.
“Vamos trabalhar para que o pacote, ainda que insuficiente, seja implementado o mais rapidamente possível. Mas temos preocupação com a cadeia de prestadores serviços e com a economia informal. Esse segmento, invariavelmente, já está sendo atingido em cheio, já que a circulação de pessoas caiu abruptamente”, disse Jardim.
Abrir mais a porta do cofre
Arnaldo Jardim defende que a União reveja a sua projeção de déficit e injete a quantidade de recurso público necessária para enfrentar a pandemia do coronavírus.
“A situação justifica e recomenda. Não estamos propondo nenhuma revisão do teto de gastos, mas não há dúvida que, numa situação como esta, o governo deve fazer a revisão do déficit previsto para este ano”, acrescentou.