Ex-secretário especial de Cultura foi demitido por Bolsonaro após divulgar vídeo com declaração em referência ao nazismo (Foto: Pedro França/Agência Senado)
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) pediu há três meses a demissão do ex-secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, quando ele ocupava a chefia da Funarte por ofensas a atriz Fernanda Montegro.
Alvim foi demitido nesta sexta-feira (17) pelo presidente Jair Bolsonaro após divulgar ontem (16) vídeo com declaração em referência ao nazismo nas redes sociais.
“Eis que essa mulher brasileira [Fernanda Montenegro], na semana passada – e aí soa inexplicável –, sofreu uma agressão, foi vítima, por parte de um tal de Roberto Alvim, Diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte. Ele a chamou de sórdida por causa de uma foto, de que ela não tem culpa. A Funarte só teria a ganhar com a exclusão de seus quadros desse ser aparvalhado, capaz de cometer uma canalhice abissal”, afirmou Kajuru em discurso (veja aqui o vídeo) no dia 16 de outubro de 2019.
O ex-secretário fez um discurso semelhante ao do ministro de Adolf Hitler da Propaganda da Alemanha Nazista, Joseph Goebbels, antissemita radical e um dos idealizadores do nazismo.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a “arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”
Convocação
Antes de Bolsonaro confirmar a demissão de Alvim, a líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), havia se pronunciado em sua conta no Twitter informando que iria pedir a convocação do ex-secretário para explicar suas declarações.
“É inaceitável que um membro do alto escalão do governo faça propaganda do nazismo”, protestou a parlamentar.
Demissão
Também por meio da rede social, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) valorizou a decisão de Bolsonaro pela demissão de Alvim, e disse esperar que essa seja sempre a reação do presidente a qualquer ameaça à democracia.