Jorge Kajuru fala sobre a convulsão e diz que voltará ao Senado antes do fim da licença médica

Após ‘banho de bronca’ dos amigos, senador promete ‘desacelerar’ (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Kajuru diz ter tido convulsão por 2ª instância

Coluna de Guilherme Amado – Revista Época

Uma semana depois de ter uma convulsão no plenário do Senado e ser socorrido por colegas médicos às pressas, Jorge Kajuru afirmou que passou mal por causa da votação da prisão em segunda instância.

Em entrevista à coluna, em meio aos cuidados de um médico em casa, Kajuru disse que levou um “banho de bronca” após deixar a UTI e prometeu “desacelerar”, mas está decidido a voltar a trabalhar antes do fim de sua licença.

“Se eu tiver convulsão com o que um ou outro senador fala, vou morrer no Senado. Isso não é vida, não”.

Leia a entrevista:

Como o senhor está?

Já saí do hospital e estou em casa. Essa fase é a melhor, né? Olha, estou mais ou menos. Hoje não foi um dia bom, não, sabe? Mas estou aqui. Daqui a pouco o médico vai me colocar para dar uma dormida. Tomei os remédios que tinha para tomar. Mas é normal, né? O susto foi grande.

O senhor teve uma convulsão no plenário.

Na verdade foram duas convulsões. Teve a convulsão dentro do plenário e lá dentro do hospital, quando eu saí do quarto para a UTI. Por isso assustou muito. Me voltaram para o quarto, me recuperaram a consciência, para aí sim ir para a UTI. Isso tudo na noite de terça-feira.

Como o senhor se sentia?

Deus me livre. Nem quero falar.

O senhor está de licença até sexta-feira. Vai respeitá-la?

É, mas não vou cumprir, não. Estou até falando na frente do doutor Mauro, aqui. Não vou mentir para ele, não sei mentir. Quem mente, também rouba. Então estou avisando a ele que não dou conta de ficar aqui até sexta-feira de jeito nenhum. O médico nunca te dá 100%, que é para você se prevenir, né? Mas estou me prevenindo, tudo direitinho. Ele achou que eu ia trabalhar hoje, mas não fui, até porque não tinha nada. Mas amanhã eu quero ir, né? Tem a discussão da segunda instância. Quarta-feira vou comandar uma audiência pública sobre prevenção de diabetes. Como eu vou estar fora? Até porque eu sou diabético.

Qual foi o diagnóstico?

Foi um sangramento na região esquerda do cérebro, que provocou uma cicatriz. Ela estava parada desde 2017, quando apareceu, em Goiânia. Agora ela reapareceu. Todo o possível foi feito para que ela não volte a aparecer.

Os médicos e seus auxiliares dizem que o estresse contribuiu para o quadro.

Foi 100% estresse. Foi aquela sessão tensa do Senado. É essa questão da segunda instância. Eu não consigo entender. Perdi a paciência. Estava tudo certo, já estávamos com 48 votos. Era só botar para votar e a gente conseguia o 49º voto, da senadora Mara Gabrilli. Quando o Davi Alcolumbre percebeu que a gente ganharia, tratorou e a gente acabou não tendo a decisão. Foi quando eu passei mal.

O senhor passou mal por causa da votação da segunda instância?

Foi. Eu comecei a ver a jogada para não ter a votação. Começaram uma série de discussões vazias, de assuntos que não tinham nada a ver, para a sessão ser encerrada. Isso é uma coisa que eu não suporto mais ver no Senado: quando a Mesa Diretora sente que vai perder, encerra a sessão. Virou um tapetão o Senado. Eu não estava bem, fui piorando, piorando. A Leila me viu cair para trás. Foi quando minha coluna travou. Aí ela gritou, e vieram os senadores Otto Alencar, Lucas Barreto, Nelsinho Trad, Marcelo Castro, que são médicos. Eu estava mordendo minha língua e mordi a mão do Nelsinho Trad. O Otto Alencar colocou um lenço na minha boca e começou a cuidar de mim. E gritaram para o Alcolumbre encerrar a sessão. Fui para o Departamento Médico do Senado e dali, para o hospital.

O senhor vai desacelerar, na volta ao Congresso?

Todo mundo me falou isso. Os médicos, o Galvão Bueno, antes de ele passar mal, o José Luiz Datena, o Ivan Lins. “Kajuru, para de se preocupar com os outros e se preocupe um pouco com você. Desacelera um pouco, para com esse negócio de chegar 6 da manhã no Senado, ficar sem almoçar, isso não é vida. Não precisa disso”. Levei um banho de bronca.

O senhor vai acatar o parecer?

Vou. Não tem jeito. Isso não é vida, meu irmão. Na sessão, preciso ter mais equilíbrio. Não vou ficar nervoso à toa, com a declaração de um ou outro senador. Se eu for ter convulsão por causa disso, vou morrer no Senado.

O senhor ainda quer cumprir o mandato até o fim?

Não abro mão. (Por Eduardo Barretto)

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