Ligeira queda do desemprego em agosto contrasta com informalidade recorde no País, mostra IBGE

O Brasil registrou uma ligeira queda do desemprego no trimestre encerrado em agosto deste ano e um recorde no contingente de trabalhadores ocupados sem carteira de trabalho assinada e sem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O índice de desemprego no País passou de 12,3% para 11,8%.

Segundo a pesquisa, o total de pessoas sem emprego é inferior aos 12,1% registrados no mesmo período do ano passado. O número de desempregados em termos absolutos chegou a 12,6 milhões em agosto. O total é 3,2% (419 mil) menor do que em maio de 2019, porém estável ao mesmo período de 2018.

Já a população ocupada, de 93,6 milhões, cresceu 0,7% , ou 684 mil trabalhadores a mais em relação a maio, e 2% na comparação com agosto do ano passado, o que representa 1,84 milhão de pessoas incluídas no mercado.

Para o diretor adjunto de pesquisa, Cimar Azeredo, o crescimento da ocupação não foi suficiente para aumentar massa de rendimento.

“O aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na área informal. E é essa massa de rendimento que movimenta o mercado de trabalho de forma virtuosa”, disse.

Informalidade

No trimestre até agosto, o trabalho informal foi responsável por 87,1% das novas ocupações. Foram mais 411 mil empregados sem carteira assinada; mais 101 mil trabalhadores domésticos sem carteira; outros 110 mil por conta própria sem CNPJ; mais 33 mil trabalhadores familiares (pessoas que ajudam outros membros da família, sem salário).

Com o resultado, a informalidade seguiu batendo recordes no País. De acordo com o IBGE, a taxa de informalidade chegou a 41,4% no trimestre móvel até agosto, acima da taxa de 41% registrada no trimestre móvel até maio. O percentual atual corresponde a 38,763 milhões de pessoas em trabalhos informais no Brasil.

“A informalidade cresce porque não há geração de postos com carteira. Mesmo as atividades que costuma gerar vagas com carteira, como indústria, não têm contratado de maneira formal”, disse Adriana Beringuy, analista do IBGE, durante entrevista coletiva para apresentar os resultados do mercado de trabalho de agosto.

O setor privado cortou 180 mil vagas com carteira no trimestre móvel até agosto. O resultado diverge novamente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostrou a geração líquida de 225.769 vagas no período, já com ajuste dos dados entregues fora do prazo pelas empresas. As divergências entre as pesquisas são comuns no curto prazo, mas há uma tendência de convergência no longo prazo.

O levantamento do IBGE mostrou ainda que o País tinha 4,712 milhões de desalentados no trimestre móvel de junho a agosto. Trata-se de uma queda de 3,9% frente ao três meses anteriores (março a maio) e estabilidade frente ao mesmo período de 2018.

Desalentado

É considerado desalentado quem está fora da força de trabalho — ou seja, não está empregado nem tomou providências para conseguir emprego — mas que aceitaria uma vaga se alguém oferecesse. São pessoas de 14 anos ou mais que desistem de procurar vaga por acreditar que “não vão conseguir”, “não têm experiência” ou se consideram “jovem ou idosa demais”.

Os desalentados fazem parte da mão de obra “desperdiçada” do País. O Brasil tinha 27,755 milhões de trabalhadores subutilizados no trimestre móvel de junho a agosto deste ano. Esse número é 2,7% menor frente aos três meses anteriores (de março a maio), mas 1,5% maior do que o mesmo período do ano passado.

O contingente de trabalhadores subutilizados abrange trabalhadores em três situações: os desempregados, os subocupados por insuficiência de horas (pessoas empregadas, mas que gostariam e poderiam trabalhar mais) e a força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão disponíveis para trabalhar).

O total de 27,755 milhões de trabalhadores corresponde a 24,3% da força de trabalho ampliada do país (que soma a força de trabalho com a força de trabalho potencial). Essa proporção é a chamada taxa de subutilização, que estava em 25% no trimestre móvel encerrado em maio. (Com informações do IBGE e agências de notícias)

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