A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) presidiu, nesta quinta-feira (05), um debate sobre a intersetorialidade das políticas públicas para a primeira infância pela Comissão de Educação da Câmara. A iniciativa da promoção da audiência pública surgiu após a aprovação de um requerimento da parlamentar.
O ministro Osmar Terra, da Cidadania, foi um dos convidados. Os outros foram o subsecretário de Educação Básica do Distrito Federal, Hélder Vieira; a subsecretária de Políticas para Crianças e Adolescentes do DF, Adriana Faria; e a secretária de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto.
Terra afirmou que a política com maior potencial de mudar a realidade é a voltada para a primeira infância. Ele explicou que nos mil primeiros dias de vida se organizam todas as competências e habilidades do ser humano. Para exemplificar, contou que crianças com catarata só conseguem a cura até seis meses de idade. Depois disso, elas ficam cegas.
A parte emocional dos seres humanos, disse, é inata. Osmar Terra chamou a atenção para a importância fundamental do afeto que deve ser dado aos bebês e crianças, principalmente. Sem ele, observou, não há aprendizado.
“Depende da segurança emocional o desenvolvimento cognitivo”, disse.
Segundo o ministro, “cuidar de adultos violentos ainda na primeira infância vai reduzir muito a violência”. Ele explicou que uma criança maltratada ou negligenciada nos dois primeiros anos de vida terá essas experiências ruins gravadas até a vida adulta. Outra consideração de Terra foi que o padrão de stress é definido na primeira infância.
Criança Feliz
O ministro falou também sobre o programa Criança Feliz, que atende crianças de zero a três anos e gestantes beneficiárias dos programas Bolsa Família e BPC (Benefício de Prestação Continuada). Estão sendo atendidas pelo mecanismo também crianças com microcefalia causada pelo zica vírus. O Criança Feliz foi agraciado com o Prêmio Wise Awards de Educação neste ano.
Hélder Vieira informou que a meta do governo do Distrito Federal é zerar, em quatro anos, a demanda por creches. Atualmente, de acordo com ele, a fila está em 19 mil crianças. Ele criticou as desigualdades sociais que levam a apenas seis, de dez estudantes, a chegar no ensino médio.
“Não pode ser um sistema de heróis. Por isso temos que resolver o problema na primeira infância”, disse.
Adriana Faria falou da importância da intersetorialidade para enfrentar as questões relativas à primeira infância.
“É preciso vencer a visão compartimentada de trabalho em caixinhas em prol de uma visão holística”, defendeu.