A deputada federal Paula Belmonte, vice-presidente da CPI do BNDES, disse, nesta quarta-feira (29) que o ex-ministro Antonio Palocci era o maestro de uma orquestra de corrupção no banco de desenvolvimento do País.
“Ele defendia bancos e empresas e fazia a interlocução entre a política e os interesses da iniciativa privada”, afirmou a parlamentar.
Paula Belmonte adiantou que os deputados da CPI esperam que Palocci venha para a comissão hoje (veja aqui) “com boa vontade, que não fique em silêncio e que ajude a mostrar que houve, sim esse conjunto harmonioso que mudava legislação, orientação, procedimentos para atender alguns interesses de pouquíssimas empresas que eram chamadas de campeãs nacionais”.
O ex-ministro vai depor hoje à tarde, numa sessão reservada. O requerimento de convocação dele é de autoria da deputada do Cidadania.
Sobre o programa de campeões nacionais, do governo Lula, que financiava empresas de grande porte com recursos do BNDES, Paula Belmonte disse que é favorável a que as grandes empresas do país se tornem ainda maiores e conhecidas no mundo inteiro, “mas não com dinheiro público, um dinheiro que foi, muitas das vezes, para campanhas eleitorais, para caixa dois, para superfaturamento”.
A deputada se disse inconformada com o fato de a reunião que vai ouvir Palocci ser fechada.
“Isso significa que a imprensa não pode entrar, nem deputados que não são da CPI e significa também que o que for falado na oitiva vai ser guardado sob sigilo”, lamentou.
Segundo ela, essa providência quer dizer que “questões importantíssimas serão trazidas à CPI, mas ficarão em segredo, embora digam respeito ao dinheiro público”.