Câmara de Porto Alegre aprovou, na madrugada desta quinta-feira, a concessão parcial dos serviços do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE). A decisão, tomada após mais de 11 horas de sessão e intensos debates, teve 21 votos favoráveis e 14 contrários. A medida abre caminho para investimentos bilionários e promete acelerar a expansão do saneamento básico na capital, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.
Entre os defensores da medida esteve o vereador Marcos Felipi (Cidadania), que ressaltou a importância do projeto para destravar investimentos e melhorar a qualidade de vida nas comunidades mais carentes de Porto Alegre. Ele afirmou que a cidade está atrasada no cumprimento do novo marco legal do saneamento, que exige que 90% da população tenha acesso a coleta e tratamento de esgoto até 2033, enquanto atualmente esse índice gira em torno de 53%.
O parlamentar destacou que os investimentos devem começar pelas comunidades mais carentes, com atendimento prioritário, equipes comunitárias e obras de drenagem e pavimentação. Também reforçou que saneamento significa dignidade, oportunidade, saúde e meio ambiente para quem mais precisa.
Felipi agradeceu aos vereadores que apoiaram a proposta e disse que seguirá acompanhando cada etapa para garantir que o contrato seja bem feito e executado com metas e indicadores claros. Para ele, o modelo aprovado permitirá que a empresa só receba se cumprir aquilo que estiver previsto, assegurando que os investimentos prometidos cheguem efetivamente a quem mais precisa.
O vereador também lembrou que Porto Alegre, mesmo sendo uma cidade à beira do rio, ainda lança esgoto sem tratamento para depois captar a mesma água e tratá-la para consumo. Segundo ele, a aprovação do projeto representa um passo importante para mudar essa realidade e garantir um futuro mais digno para as próximas gerações.
Com a aprovação, a prefeitura deverá iniciar a elaboração do edital de concessão nas próximas semanas. A expectativa é que os investimentos sejam aplicados de forma gradual, com foco inicial nas regiões mais vulneráveis.
