Executiva Nacional decide por unanimidade abrir diálogo com o PSB após frustrações com a federação com o PSDB
Em reunião realizada na noite da última terça-feira (30), a Executiva Nacional do Cidadania decidiu, por unanimidade, autorizar o início das negociações com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) para a construção de uma nova federação partidária. A decisão é fruto de um processo interno de escuta e debate que envolveu diretórios estaduais e lideranças nacionais nos últimos meses, e busca fortalecer o campo democrático em meio à crescente polarização política no país.
Fortalecendo o Cidadania
O presidente do Cidadania, Comte Bittencourt, percorreu diversos estados, como São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, para ouvir filiados e dirigentes locais antes de levar o tema à deliberação da Executiva. Segundo o presidente do diretório estadual do Espírito Santo, Luciano Rezende, a consulta ampla demonstrou a democracia interna do partido. “Todos puderam se manifestar. Foi uma decisão construída com escuta, transparência e participação”, afirmou.
Já o secretário-geral do partido e presidente do diretório de Alagoas, Regis Cavalcante, destacou que a proposta de federação com o PSB vai além de estratégias eleitorais. Para ele, trata-se de uma possibilidade concreta de reorganizar o campo progressista brasileiro e apresentar uma alternativa viável à dicotomia entre lulismo e bolsonarismo.
Consulta ao TSE
O movimento acontece após o Cidadania expressar insatisfação com a atual federação firmada com o PSDB. Segundo Comte, os termos do acordo entre os dois partidos não foram cumpridos, o que prejudicou o desempenho e a autonomia do Cidadania. O partido já protocolou consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de se desligar formalmente da atual federação, mas ainda aguarda resposta do órgão.
Nova reunião em agosto
Por cautela, nenhuma decisão final será tomada antes da manifestação do TSE. A próxima reunião da Executiva Nacional está prevista para o final de agosto, após o recesso do Judiciário e do Congresso Nacional. Até lá, os dirigentes se dedicam à construção de uma agenda conjunta com o PSB, visando consolidar um projeto político comum e ampliar a relevância da nova federação no cenário nacional.