Cidadania participa da Campus Party e discute regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil

O Cidadania participou da 17ª edição da Campus Party Brasil, realizada em Brasília entre os dias 18 e 22 de junho. Pela primeira vez sediado na capital federal, o evento ocorreu na Arena do Estádio Mané Garrincha e reuniu milhares de participantes de todas as regiões do país.

O encontro, conhecido por ser uma das maiores experiências de tecnologia, ciência, empreendedorismo e criatividade do mundo, contou com a presença de crianças, jovens e adultos interessados em inovação.

Tecnologia e inclusão no centro do debate

Custódio Júnior, presidente da Juventude do Cidadania, destacou a importância da Campus Party como espaço de democratização do conhecimento tecnológico. “O evento apresenta de forma lúdica as principais tendências em tecnologia e inovação. A Inteligência Artificial vai transformar a nossa realidade, e é fundamental que as pessoas comecem a se familiarizar com esse tema”, afirmou.

Inteligência Artificial e os desafios da regulação

Um dos pontos altos da programação foi o painel sobre regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil. O debate reuniu nomes de peso como Gabrielle Mazini, autor da principal lei europeia sobre IA; Carlos Affonso de Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio); e Leonardo Reisman, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF).

Após o painel, a caravana do Cidadania se reuniu com Francesco Farrugia, presidente da Campus Party, para aprofundar a discussão sobre os desafios da regulação da IA no Brasil.

O vereador Abner Henrique, de Nova Lima (MG), ressaltou a importância do debate. “O painel trouxe uma visão atualizada e provocadora sobre o tema. As discussões que surgiram ali certamente contribuirão para o debate que hoje ocorre no Congresso Nacional”, afirmou.

Para o vereador Marco Marrafon, de Cuiabá (MT), a Campus Party é um espaço de aprendizado com potencial de impacto direto nas políticas públicas. “As informações adquiridas aqui podem gerar soluções práticas nas áreas de educação e saúde, aumentando a eficiência do Estado”, destacou.

Resistências e oportunidades

Durante o evento, Francesco Farrugia também chamou atenção para a resistência de parte da população em relação à adoção da Inteligência Artificial, especialmente por temores relacionados à perda de empregos. “É um desafio cultural, mas a tecnologia avança e não podemos ignorá-la”, pontuou.

Uma das estratégias da Campus Party para quebrar essa barreira é justamente a aproximação com o público por meio de atividades práticas e acessíveis. “No Campus Kid, por exemplo, as crianças montam robôs em apenas uma hora e meia e podem levá-los para casa. Incentivamos jovens a construir drones e promovemos disputas de robótica entre universidades do Brasil e de outros países”, explicou Farrugia.

Desde sua primeira edição no Brasil, o evento tem se consolidado como um espaço de popularização da tecnologia. “Começamos com 250 gamers na Espanha. Hoje estamos presentes em mais de 70 países, e o Brasil foi o primeiro fora da Europa a receber a Campus Party”, relembrou.

Projeto INCLUDE: inclusão digital na prática

Foto: Márcia Gargalhone

Outro destaque desta edição foi o Projeto INCLUDE, uma iniciativa social do Instituto Campus Party voltada para a inclusão digital de jovens de 8 a 18 anos, moradores de comunidades de baixa renda.

O programa consiste na instalação de laboratórios tecnológicos nessas comunidades, oferecendo cursos gratuitos de robótica, programação, design e outras áreas da tecnologia. Para garantir a integração com a realidade local, jovens da própria comunidade são capacitados para atuar como instrutores.

Sidiani Zanin, coordenadora do projeto, explicou que a escolha por professores locais foi estratégica. “Eles conhecem de perto as dificuldades enfrentadas pelos alunos e conseguem estabelecer uma conexão mais próxima”, disse.

Marcelo Aguiar, presidente da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), elogiou a proposta. “É uma experiência que promove inclusão digital e, ao mesmo tempo, protagonismo juvenil por meio da tecnologia”, afirmou.

Mirella Neves Ferraz, presidente do Diretório Municipal do Cidadania de Curitiba, conheceu o projeto durante o evento e saiu inspirada. “O INCLUDE me fez acreditar que oportunidades reais estão mais próximas. É uma ferramenta poderosa que merece ser levada a mais comunidades”, destacou.

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