Foi em 25 de março de 1922 que se fundou o Partido Comunista Brasileiro.
Início simbólico de uma longa trajetória, que se estendeu a rigor até o final do século, quando o PCB virou PPS e se desfez a trajetória da sigla. Ainda há, como se sabe, pessoas tentando manter viva a lenda e a força simbólica do Partidão, mas seu ciclo de realizações e possibilidades se esgotou quando os que dirigiram a sigla optaram por deixá-la.
O PPS não é o PCB, por mais que laços e vínculos e narrativas apontem em sentido diverso. O novo partido tem sido uma tentativa de atualizar um legado. Uma análise do quanto isso está ou não acontecendo terá de ser feita um dia.
No dia 25 de março de 1980, PCB na ilegalidade, um grupo de comunistas, a maioria dos quais de São Paulo, lançou o periódico “Voz da Unidade”. Um semanário. Os dirigentes nacionais do partido (muitos dos quais ainda no exílio ou recém chegados de volta ao país), incorporaram-se ao projeto. O jornal nasceu impulsionado por David Capistrano Filho (entre outros) e dirigido pelo saudoso Gildo Marçal Brandão, e contou desde o início com a colaboração de diversas pessoas de esquerda, comunistas e democratas.
Eu estava entre eles.
Naquele dia 25 de março realizou-se uma festa para o lançamento do jornal. Ela ocorreu num terreno em Santana, onde havia uma enorme lona estendida, quase na esquina com a rua Voluntários da Pátria, se não me engano. A redação do jornal me encarregou de fazer o discurso em nome dela. Foi uma emoção.
Um dia ainda acharei a íntegra do texto que escrevi e li na ocasião.
Tudo isso hoje é história. E como tal ajuda a que se entenda muito da política que se fez e que se continua a fazer no Brasil.