‘O depoimento foi recheado de contradições e incertezas’, afirma a senadora (Foto: Leopoldo Silva/Agencia Senado)
Na audiência da CPI da Pandemia nesta quarta-feira (12), a líder do bloco parlamentar Senado Independente, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), questionou o ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, sobre a campanha publicitária veiculada nas redes sociais, “O Brasil não pode parar”, contrária ao lockdown decretado por governadores no início da pandemia da Covid-19.
“A Campanha O Brasil não pode parar foi feita pela Secom? O senhor não consegue lembrar de uma contratação de uma agência no mesmo período de forma emergencial no valor de mais de R$ 4 milhões? Nem do general Ramos afirmando se pronunciando dizendo que essa campanha não era da Secom? O senhor não consegue se lembrar?”, insistiu a senadora.
Mesmo tendo afirmado que não se lembra porque em março do ano passado, mês da campanha, estava “internado em casa por causa da Covid”, uma live que o ex-secretário realizou na mesma época com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) desmentiu Wajngarten.
“Eu sou a prova viva de que mesmo tendo testado positivamente, estou trabalhando normal, tenho feito calls com ministros, tenho feito calls com a Secom, tenho aprovado campanhas, tenho conversado com os criativos das agências de publicidade. Então, a vida segue”, afirmou Wajngarten na live.
‘Incompetência’
Essa não foi a única contradição do ex-secretário de Comunicação ao responder as perguntas da senadora. O ex-secretário de comunicação garantiu a Eliziane Gama que, na entrevista que concedeu à revista Veja, nunca disse que houve “incompetência” do Ministério da Saúde no processo de aquisição de vacinas. Entretanto, o áudio divulgado pela revista mostra que ele foi categórico ao dizer: “incompetência, incompetência”.
Para a Eliziane Gama, Wajngarten agiu de forma deliberada para tentar proteger o presidente Jair Bolsonaro e apontar a ineficiência da gestão do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mas a estratégia não foi bem-sucedida.
“O depoimento foi recheado de contradições e incertezas. O depoente não soube nem dizer o nome do AGU (Advogado-Geral da União) que atuava dentro da Secom e que, segundo ele, era o responsável por aprovar as campanhas. Tenho certeza que a audiência de hoje complicou mais ainda a vida do Planalto”, avaliou a parlamentar.