Sob liderança do general Edson Pujol, o Exército se notabilizou por seguir na caserna as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) enquanto Bolsonaro as desprezava. É já icônica a cena de Pujol cumprimentando o presidente com o cotovelo, o que tanto desagradou o chefe em sua delinquência sanitária.
Neste domingo (23), finalmente, Bolsonaro se vingou, afrontando a hierarquia e a disciplina das Forças Armadas ao exibir o general de divisão Eduardo Pazuello – por razões inexplicáveis ainda na ativa – como uma marionete de sua perversidade, em cima de um trio elétrico, em meio a quase meio milhão de mortos de uma pandemia sem fim.
Sua participação no cortejo homicida do presidente da República pede que as medidas cabíveis sejam adotadas a fim de fazer observar os regimentos internos das Forças e as leis da República. O Alto Comando do Exército não pode deixar passar tal gesto de quebra de hierarquia e indisciplina.
Tratou-se, a um só tempo: 1) de um atentado à Saúde Pública, no contexto de uma terceira onda de Covid, emergência de uma nova variante, a indiana, e escassez de vacinas e kits intubação; 2) e de um ato político de extrema-direita, com Bolsonaro emulando o abjeto ditador Benito Mussolini.
Hora de as Forças Armadas colocarem um ponto final no vexame a que vêm sendo submetidas, com a responsabilização do general Pazuello, o pior ministro da Saúde da história, e deixarem claro que não serão transformadas em instrumento político ou milícias de um ex-capitão do Exército psicologicamente comprometido.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania