Freire critica ataques a veículos de comunicação e ameaças à jornalista Carla Bridi e diz que tentativa de Bolsonaro de calar imprensa “é também um meio de se proteger da lei, que a todos deve alcançar e para todos tem de valer”
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, divulgou nota oficial nesta segunda-feira (3) saudando o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e alertando para a necessidade de preservar essa conquista democrática, sob constante ataque do governo Jair Bolsonaro. Ele lamentou o episódio envolvendo a jornalista Carla Bridi, da CNN, que denunciou ameaças de seguranças do Palácio do Planalto após agenda presidencial neste domingo.
“Que os jornais e os jornalistas não se intimidem. E continuem a iluminar as trevas e os porões deste governo. Seja denunciando o desastre administrativo que prolongou a pandemia e, com ela, o desemprego, a crise econômica e as mortes, seja denunciando a má índole do presidente e de seu núcleo familiar mais próximo, com todos os filhos homens investigados por suspeitas que vão de lavagem de dinheiro a tráfico de influência. Calar jornalistas é também um meio de se proteger da lei, que a todos deve alcançar e para todos tem de valer”, destacou.
Nota oficial
Dia Mundial da Liberdade de Imprensa
Na véspera do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o governo Jair Bolsonaro brindou os democratas com mais um ato de truculência. No relato da jornalista Carla Bridi, da CNN, seguranças do Planalto a constrangeram e a ameaçaram, inclusive apontando para a arma na cintura no melhor (ou pior) estilo miliciano após uma agenda presidencial. Um deles chegou a sacá-la para ameaçar dois outros colegas.
Típico de regimes autoritários que não querem conhecer a verdade, mas calar o dissenso e mentir sem ser contestados. No ranking mundial da Liberdade de Imprensa, do Repórteres Sem Fronteiras, caímos quatro posições e estamos na zona vermelha ao lado de protoditaduras como Filipinas, Turquia e… Venezuela. O cara que diz ser muito fácil implantar uma ditadura no Brasil todo dia assaca contra a imprensa.
As instituições democráticas – e a imprensa livre é uma delas – têm mostrado que não é fácil assim, mas cada ataque a jornais e emissoras, inclusive com direcionamento de verba publicitária, e cada ameaça e xingamento a jornalistas, agora à mão armada, vão erodindo um pouco mais o terreno das liberdades. É preciso estar atento. O projeto de Bolsonaro é destruir, não construir. A cada ação, marca um tento.
Que os jornais e os jornalistas não se intimidem. E continuem a iluminar as trevas e os porões deste governo. Seja denunciando o desastre administrativo que prolongou a pandemia e, com ela, o desemprego, a crise econômica e as mortes, seja denunciando a má índole do presidente e de seu núcleo familiar mais próximo, com todos os filhos homens investigados por suspeitas que vão de lavagem de dinheiro a tráfico de influência.
Calar jornalistas é também um meio de se proteger da lei, que a todos deve alcançar e para todos tem de valer.
Viva a imprensa livre.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania